
Brasil eliminado da Copa do Mundo e Jamaica classificada. Foto: FIFAWWC/Twitter
Em um desfecho que surpreendeu a todos, a Seleção Brasileira Feminina foi eliminada da Copa do Mundo de 2023 ainda na fase de grupos. Com o empate sem gols contra a Jamaica nesta quarta-feira (2), em Melbourne, a equipe comandada pela treinadora Pia Sundhage se despede do torneio de forma precoce, algo que não ocorria desde 1995.

A conta deve ser entregue para a Pia, mas ela vai querer dividir a responsabilidade pelo Brasil eliminado da Copa do Mundo. Foto: Thais Magalhães/CBF
A culpa de Pia
A derrota para a Jamaica não deve ser atribuída unicamente às jogadoras, mas sim à comissão técnica, principalmente à treinadora Pia Sundhage. Embora as atletas também tenham sua parcela de responsabilidade, é injusto cobrar delas mais do que lhes cabe, quando a verdadeira culpa reside na inércia da comissão técnica durante grande parte do jogo de hoje.

Martha se despede da seleção de forma injusta à sua história, justamente com o Brasil eliminado da Copa do Mundo. Foto: FIFAWWC/Twitter
Em campo, o time brasileiro não apenas sucumbiu psicologicamente, mas também fracassou na estratégia e na tática adotadas. A humilde seleção da Jamaica entrou em campo esperada, com uma defesa sólida composta por cinco jogadoras, quatro no meio-campo e apenas uma à frente. Para superar esse bloqueio defensivo previsível, era necessário utilizar triangulações pelas laterais, infiltrações e jogadoras mais ofensivas no meio-campo. No entanto, o que se viu foi um desespero, excesso de cruzamentos e ansiedade.
A treinadora Pia Sundhage optou por uma abordagem consdervadora, escalando o time no 4-4-2 com meio-campistas defensivas, demonstrando receio dos contra-ataques jamaicanos. A falta de penetração e a total ausência de jogadas que demandassem defesas difíceis da goleira adversária facilitaram a situação para a equipe da Jamaica. Os 14 chutes feitos pela seleção brasileira foram apressados e despretensiosos, resultando em uma atuação verdadeiramente assustadora.
Mudanças
A eliminação logo no início do torneio exigirá uma reformulação obrigatória no time. Além de Marta, é provável que outros jogadores também não atuem mais pela seleção. O primeiro passo será a dispensa da treinadora Pia Sundhage, cuja contratação foi uma grande decepção. Ela teve todo o apoio e estrutura necessários para desenvolver um futebol alegre e ofensivo, porém, o Brasil fez uma campanha péssima na Copa do Mundo.
É importante ressaltar que ser estrangeiro não garante a qualidade do trabalho na seleção. As jogadoras brasileiras lutaram por décadas contra o machismo no futebol e conquistaram o direito de disputar a Copa do Mundo de 2023. No entanto, o que entregaram em campo foi um futebol decepcionante.
Agora, é preciso apostar em uma reformulação profunda, cientes de que a estrutura existe, mas não garante títulos, assim como acontece com a Seleção Brasileira Masculina. A modalidade feminina está em desenvolvimento e é necessário aprender a lidar com derrotas, porém, é primordial analisar o desempenho tático e estratégico da comissão técnica para garantir um futuro mais promissor para o futebol feminino no Brasil.