Vamos voltar no tempo. Imaginem Pelé, em 1973, sem histórico de contusões, decide voltar à seleção. Ou melhor: decide que, se o treinador desejar, estaria pronto para jogar de novo com a amarelinha, camisa com a qual conquistara, apenas, três títulos mundiais.
Alguém acredita que Zagallo (treinador em 1970 e 1974) o deixaria de fora da Copa da Alemanha? Ou faria beicinho para convocá-lo? Impossível, não é mesmo. Zagallo podia ser teimoso como treinador, mas tinha conhecimento de futebol – e inteligência.
A seleção brasileira feminina tem o seu Pelé. Chama-se Marta. Teve contusões, sim, é verdade, mas ainda sobra em capacidade técnica e experiência. Mesmo assim, sabe-se lá a razão, parece não contar com a simpatia da sueca que dirige a equipe do Brasil.
Manda quem pode…
Basta lembrar a convocação. Talvez para dar emoção, ou mostrar quem manda, o nome de Marta foi o último a ser anunciado. Na estreia, na goleada contra o Panamá, Marta demorou uma eternidade para entrar em campo.
Contra a França, não foi apenas Marta a preterida. Bia Zaneratto também ficou no banco. Entrou antes da rainha, mas sem muito tempo para fazer algo. Pior fizeram com Marta. Só a deixaram jogar quando já perdíamos e os nervos estavam destruídos.
Talvez, contra a Jamaica, tenhamos Marta como titular. Sua experiência será muito, mas muito necessária mesmo. Controlar os nervos. E faltará também Cristiane. Mas aí já seria outra matéria e outra história.
Claro que podem existir razões para tais decisões. Talvez Marta não esteja totalmente recuperada das lesões e, aí, sua convocação teria sido “um favor” para que ela completasse seis participações em Mundiais.
Mesmo neste caso (talvez até de forma agravada), não caberia tal situação. Se não possuía condições, não deveria ser chamada. E se estava (está) bem, não pode ficar no banco o tempo que está ficando. (V.D.)
