
Foto: Thais Magalhães – CBF
Começa nesta quinta-feira a Copa do Mundo feminina de futebol – não estranhe: não é de futebol feminino, pois o futebol é um só; a Copa é que é feminina, ok? O jogo de abertura, Nova Zelândia x Noruega, será realizado em Auckland, na Nova Zelândia (uma das duas sedes do Mundial, a outra é a vizinha Austrália), às 4h (isso mesmo, de madrugada). O Brasil estará presente, mas só inicia sua participação dia 24, contra o Panamá, em Adelaide (Austrália).
Se, como os homens, a seleção feminina jamais ficou de fora de uma Copa do Mundo, entre as mulheres ainda não conseguimos conquistar um título sequer. E dificilmente conseguiremos este ano, apesar de termos remotíssimas chances – há países com muito mais tradição e força do que o Brasil. E se a abertura oficial ficou com a Nova Zelândia, a final será em território australiano, dia 20 de agosto, em Sidney. Estaremos na torcida para que o Brasil chegue lá.
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Depois do estrondoso sucesso que foi o Mundial da França, em 2019, quando vários recordes de presença de público em partidas femininas de futebol foram batidos, esta Copa está sendo chamada de “a maior de todos os tempos”. Aqui mesmo, no Brasil, podemos sentir um pouco desse entusiasmo: nunca as emissoras de televisão falaram tanto de uma competição feminina de futebol quanto estão falando desse Mundial.
E a grandiosidade do evento começa pelo número de participantes. Pela primeira vez serão 32 países, divididos em oito grupos de quatro. Uma situação inimaginável no primeiro Mundial, realizado com apenas 12 países, na China, em 1991; ou mesmo na França, em 2019, quando participaram 24 nações. Dos 32 participantes deste ano, nada menos do que sete jogarão a Copa feminina pela primeira vez: Marrocos, Filipinas, Irlanda, Vietnã, Zâmbia, Portugal e Haiti.
O Brasil está no grupo F, ao lado de França, Jamaica e Panamá. Como se classificam duas seleções para as oitavas-de-final, a teoria e a tradição (entre as mulheres) indicam que devemos ficar com uma das duas vagas, junto com a França. Passando, enfrentaremos alguém classificado no grupo H, que reúne Alemanha (uma força), Colômbia (que andou dando trabalho na América do Sul), Coreia do Sul (forte, também) ou Marrocos.
ESTÁDIOS DO MUNDIAL
NA AUSTRÁLIA
Perth Retangular (em Perth)
Hindmarsh (em Adelaide)
Melbourne Retangular (em Melbourne)
Austrália (em Sidney, palco da final)
Sydney Football (em Sidney)
Brisbane (em Brisbane)
NA NOVA ZELÂNDIA
Eden Park (em Auckland, palco da abertura)
Waikato (em Hamilton)
Wellington Regional (em Wellington)
Dunedin (em Dunedin)
GRUPOS DO MUNDIAL
A – Filipinas, Noruega, Nova Zelândia e Suíça (todos os jogos na Nova Zelândia)
B – Austrália, Canadá, Irlanda e Nigéria (todos os jogos na Austrália)
C – Costa Rica, Espanha, Japão e Zâmbia (todos os jogos na Nova Zelândia)
D – China, Dinamarca, Haiti e Inglaterra (todos os jogos na Austrália)
E – Estados Unidos, Holanda, Portugal e Vietnã (todos os jogos na Nova Zelândia)
F – Brasil, França, Jamaica e Panamá (todos os jogos na Austrália)
G – Argentina, Itália, Suécia e África do Sul (todos os jogos na Nova Zelândia)
H – Alemanha, Colômbia, Coreia do Sul e Marrocos (todos os jogos na Austrália)
A seleção brasileira feminina de futebol jamais ficou de fora de uma Copa do Mundo, desde que a principal competição do futebol mundial foi estendida para as mulheres. As participações, porém, ainda mais nos primeiros
Mundiais, não foram das mais animadoras. Em 1991, na China, caímos logo na primeira fase. O mesmo aconteceu em 1995, na Suécia, quando não passamos da fase de grupos.
Em 1999, nos Estados Unidos, ficamos em terceiro lugar, derrotando a Noruega, nos pênaltis. Quase chegamos lá! Em 2003, outra vez nos Estados Unidos e já com Marta na equipe (foi o primeiro Mundial da rainha, que este ano completa sua sexta participação em Copas do Mundo), fomos eliminados nas quartas-de-final pela Suécia – que terminou na segunda colocação.
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Depois de brilhar no Pan do Rio, quando levou o ouro, o Brasil foi vice na Copa de 2007. Na China, perdemos para a Alemanha (2 a 0) a chance de faturar o título. Quando parecia que iríamos engrenar, a queda. Em 2011 fomos eliminados nas quartas-de-final pelos Estados Unidos, no Mundial realizado na Alemanha. Quatro anos depois, no Canadá, perdemos para a Austrália nas quartas-de-final.
No Mundial de 2019, na França, outra participação decepcionante. A França (sim, a nossa adversária nos grupos deste ano) nos eliminou logo nas oitavas-de-final. Resta saber como a equipe, dirigida pela sueca Pia Sundhage, irá reagir com a renovação que acontece – renovação que pode, inclusive, deixar Marta, seis vezes eleita a melhor do mundo, no banco de reservas. (V.D.)
QUEM JÁ FOI CAMPEÃO
1991 – Estados Unidos
1995 – Noruega
1999 – Estados Unidos
2003 – Alemanha
2007 – Alemanha
2011 – Japão
2015 – Estados Unidos
2019 – Estados Unidos