A Unidos do Viradouro, escola de samba de Niterói, vive dias de festa e expectativa. Em homenagem ao lendário mestre de bateria Moacyr da Silva Pinto, o Ciça, a escola de Niterói realiza o concurso que vai escolher o samba-enredo para o desfile do Carnaval 2026, com o enredo “Pra Cima, Ciça!”, desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon e o enredista João Gustavo Melo.
O concurso, que começou com 26 parcerias inscritas, teve a desistência de uma obra ainda no início, deixando 25 sambas na disputa. Eles foram divididos em três chaves — Paulicéia, Centenário e Feijão com Arroz — e se apresentaram nas últimas três semanas, nos dias 9, 16 e 23 de agosto, em noites de intensa emoção na quadra da escola.
As chaves eliminatórias
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Chave Paulicéia (09/08): reuniu nove sambas, entre eles os de Vinicius Xavier, Bia Tinoco, Sérgio Pavão, Argentina Caetano, Cláudio Russo, Juciana dos Santos, Cláudio Mattos, Waldeir Melodia e Mocotó.
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Chave Centenário (16/08): oito parcerias se apresentaram, incluindo Jorginho do Bairro, Cabral, Carlos Barbosa, Felipe Filósofo, Prof. Jandré, Mauricéia MM, Diego Theckking e Deco.
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Chave Feijão com Arroz (23/08): último grupo da fase, também com oito sambas, liderados pelos compositores por Carlinhos da Padaria, Declair Sodré, Alcides Gargalhada, Thiago Carvalhal, André Freitas, Heraldo Faria, Lucas Macedo e Paulo César Feital.
Vale destacar que apenas mencionamos os líderes das parcerias, que contam ainda com diversos coautores.
Os oito classificados
Após as apresentações, a comissão julgadora reuniu-se e anunciou, no dia 25 de agosto (segunda-feira), os classificados. Seguem as parcerias que permanecem na disputa:
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Thiago Carvalhal (samba 9)
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Cláudio Russo (samba 10)
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Paulo César Feital (samba 1)
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Deco (samba 25)
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Felipe Filósofo (samba 23)
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Mocotó (samba 22)
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Cláudio Mattos (samba 13)
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Lucas Macedo (samba 16)
Homenagem a Ciça
O enredo “Pra Cima, Ciça!” presta tributo a um dos maiores nomes da história do Carnaval carioca. Mestre Ciça, que comandou baterias como a da própria Viradouro, deixou sua marca pela ousadia rítmica e pela paixão em transformar cada desfile em espetáculo. A proposta é celebrar sua trajetória, sua energia e sua influência sobre gerações de ritmistas, reforçando a ligação indissociável entre o mestre e a tradição da escola.
Próxima etapa: festa e coroação de Juliana Paes
Juliana Paes retorna à Viradouro como rainha de bateria | Reprodução/Instagram
A Viradouro já prepara o próximo sábado, 30 de agosto, como uma noite histórica. A quadra será palco da segunda eliminatória do concurso de samba e também da coroação da atriz Juliana Paes como rainha de bateria, em sua volta ao posto que ocupou com enorme carisma.
O evento começa às 19h, com entrada gratuita. A programação inclui:
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Show de abertura com o grupo Virando Pagode
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Apresentação dos segmentos da escola
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Show de Salgadinho, cantando seus maiores sucessos
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Disputa oficial dos sambas classificados
Os ingressos para mesas e camarotes já estão esgotados, mas a festa será aberta ao público no setor de pista.
O samba 18 dá adeus à disputa
Entre as obras que não seguiram adiante está o samba 18, de autoria de André Freitas, diretor-executivo do Folha do Leste, em parceria com o editor sênior e músico de renome Rodrigo Sullivan — filho do lendário compositor Maicon Sullivan — e J. Cruvello (nome artístico do jornalista Vitor d’Avila, com passagem marcante nesta casa editorial). A interpretação ficou a cargo de Leozinho Nunes, cantor de timbre marcante e presença de palco elogiada.
André Freitas, Rodrigo Sullivan e Vitor | Folha do Leste
Apesar da força dos nomes envolvidos e dos elogios feitos à composição em termos de letra e melodia nas audições internas, o samba não permaneceu no concurso. Importante destacar que a direção da Viradouro não oferece justificativas individuais para os compositores eliminados, mantendo um processo de seleção interno e reservado.
“Recebi o resultado com a mesma tranquilidade e disciplina que tenho desde quando ingressei como compositor na Viradouro, em 2001. Participamos de um concurso muito equilibrado, com sambas excelentes permanecendo na disputa. Acredito muito na lisura da disputa, nos critérios internos adotados pela escola para definir quem prossegue, pois apenas um vence”, destacou André Freitas.
Sobre os sambas que permaneceram no concurso, André Freitas disse que sua lista seria muito semelhante à anunciada pela escola. Vale destacar que o jornalista também é músico e atua como cronista carnavalesco desde 1998. Ou seja, há quase 30 anos ele pisa na avenida como jornalista.
“Dois oito sambas, há pelo menos seis que eu gostaria de ver na avenida”. Se pra mim é difícil, imaginem para quem tem a responsabilidade de fazer essa escolha”, disse.
Por fim, André Freitas disse que o Folha do Leste adotará o princípio da “isonomia” com relação a Viradouro e que as relações não se misturam.
A Viradouro no Carnaval 2026
No próximo desfile, a Unidos do Viradouro será a terceira escola a entrar na Marquês de Sapucaí na segunda-feira, 16 de fevereiro de 2026. A expectativa é de um espetáculo grandioso, unindo a energia do tributo a Ciça ao talento dos compositores que ainda estão na disputa.
Com o enredo carregado de emoção, a volta de Juliana Paes como rainha de bateria, a escola já dá mostras de não pretende abandonar o topo do ranking da Liesa. A vermelho e branco de Niterói completa 80 anos em 2026, e tem tudo para, mais uma vez, se destacar no próximo Carnaval: enredo vivo, bateria, intérprete, excelentes diretores e, por fim, samba-enredo.
