

Mais de 2 bilhões ainda não têm acesso seguro à água potável, alerta ONU | Agência Brasil/EBC
Mais de 2 bilhões de pessoas no mundo ainda não têm acesso seguro à água potável, alerta a ONU em relatório divulgado nesta terça-feira (26). O estudo aponta que o avanço rumo à cobertura universal é lento e que a meta de 2030 se torna “cada vez mais inalcançável”.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Unicef, uma em cada quatro pessoas não teve acesso a água potável administrada de forma segura no ano passado. Além disso, mais de 100 milhões dependem de água superficial, proveniente de rios, lagos e canais.
O atraso no programa de serviços de Água, Saneamento e Higiene (WASH) aumenta o risco de doenças para bilhões de pessoas. “Água, saneamento e higiene não são privilégios. São direitos humanos fundamentais”, afirmou Rüdiger Krech, diretor de Meio Ambiente e Mudança Climática da OMS.
O relatório analisa cinco níveis de serviço de água potável:
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Gestão segura – água potável no local, livre de contaminação fecal ou química.
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Básico – acesso a fonte melhorada em menos de 30 minutos.
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Limitado – fonte melhorada, mas com espera superior a 30 minutos.
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Não melhorado – poço ou fonte sem proteção.
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Água superficial – rios, lagos e canais.
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Desde 2015, 961 milhões de pessoas ganharam acesso seguro, elevando a cobertura de 68% para 74%. O número de países que eliminou o uso de águas superficiais passou de 142 para 154. Apesar disso, 28 países, em sua maioria na África, ainda têm uma em cada quatro pessoas sem acesso básico.
No saneamento, 1,2 bilhão de pessoas conquistaram acesso seguro desde 2015, aumentando a cobertura de 48% para 58%. O número de pessoas que ainda defecam ao ar livre caiu de 429 milhões para 354 milhões.
Quanto à higiene, 1,6 bilhão de pessoas obtiveram acesso a serviços básicos, como lavatórios com água e sabão. Atualmente, 80% da população mundial dispõe desses serviços, ante 66% há dez anos.
O relatório alerta para impactos severos em crianças, especialmente meninas, que enfrentam desigualdades adicionais ao coletar água e durante o período menstrual. “No ritmo atual, a promessa de acesso à água potável e saneamento para cada criança está cada vez mais longe”, concluiu Cecilia Scharp, diretora do programa WASH do Unicef.