O influenciador Hytalo Santos foi preso nesta sexta-feira (15) pelo DEIC-SP, em uma mansão de luxo em Carapicuíba, interior de São Paulo, juntamente com seu marido, Israel Nata Vicente. Acusado de adultização e aliciamento de menores, ele é apontado como um dos protagonistas de um esquema que envolve pais coniventes e a completa omissão do poder público — um retrato cruel de como o dinheiro, a vaidade e a internet podem roubar infâncias inteiras.
A ação policial ocorreu em uma mansão de luxo, onde Hytalo vivia cercado de carros caros, ostentação e promessas de sucesso rápido — tudo enquanto, segundo as investigações, explorava a ingenuidade de crianças e adolescentes para ganhos pessoais.
VÍDEO DE HITALO SANTOS PRESO
Quem é Hytalo Santos?
Hytalo se tornou conhecido nas redes sociais por sua postura polêmica e por expor um estilo de vida extravagante. Mas, nos bastidores, acumulava denúncias sobre adultização de menores e exploração da imagem infantil.

Hitalo Sanos e sua filha adotiva e já “emancipada civilmente” Kmilinha
O caso ganhou repercussão nacional após o influenciador Felca publicar vídeos denunciando o esquema. Diante da falência das instituições, restou ao país que um outro criador de conteúdo se arriscasse e expusesse a situação para que algo fosse feito.
Onde estava o poder público?
A pergunta ecoa: que pais são esses que, segundo as investigações, entregavam seus filhos para a promessa de fama e dinheiro fácil?
E mais: onde esteve o Estado todo esse tempo? A conivência, seja por ignorância, seja por interesse, não se justifica.
Casos assim lembram práticas antigas do coronelismo, quando famílias, pressionadas pela miséria ou seduzidas por promessas, sacrificavam a infância de seus filhos para servir a interesses de poderosos. A diferença é que agora o cenário é digital, e o palco são as redes sociais.
A crítica necessária
O ladrão de infâncias agora está na cadeia. Por enquanto, temporariamente, pelo prazo de cinco dias. Mas isso não apaga as perguntas incômodas: quantos outros “Hytalos” estão por aí, sem serem denunciados? Quantos “Felcas” terão que colocar o próprio nome e segurança em risco para que algo seja feito?
Dinheiro compra carros, mansões e seguidores… mas, como tudo, dinheiro também acaba. E quando evapora, leva junto a falsa importância que sustentava a farsa.
O que fica é o trauma das crianças — e a vergonha de quem permitiu.