Variante XFG da covid-19 já responde por 62% dos casos no Rio | Fernando Frazão/Agência Brasil
A variante XFG da covid-19 já é responsável por mais da metade dos casos analisados no Rio de Janeiro. O dado é da Fiocruz, que identificou a cepa em 62% das amostras sequenciadas entre 1º e 8 de julho.
Essa nova linhagem do coronavírus foi classificada como “variante sob monitoramento” pela Organização Mundial da Saúde. O alerta saiu no fim de junho, após a XFG ganhar força em países do Sudeste Asiático e começar a se espalhar rapidamente por outras regiões.
“A variante XFG é uma recombinante de outras duas linhagens e carrega algumas mutações na proteína ‘spike’ que estão associadas a uma ligeira evasão da resposta imune, o que pode impactar na neutralização por anticorpos. Porém, não tem evidências de aumento de gravidade clínica, nem evidências de impacto relevante na eficácia de vacinas e de antivirais. Por isso, a nossa decisão, como grupo técnico da OMS, foi classificar essa linhagem como variante sob monitoramento, porque ela requer um olhar mais atento para identificar possíveis mudanças de padrão”, disse Paola.
No Brasil, o Rio é o quarto estado com registros da cepa, depois de São Paulo, Ceará e Santa Catarina.
“Na primeira semana de coleta ampliada, o sequenciamento genético nos casos com resultado positivo nos testes rápidos mostrou que mais da metade das amostras apresentou a variante XFG. Isso aponta que esta é a linhagem associada ao leve aumento de casos no município”, explicou Paola.
Mutação já circula de forma predominante
Segundo a virologista Paola Resende, da Fiocruz, a XFG carrega mutações na proteína spike e pode apresentar certa evasão da resposta imune. Mesmo assim, não há evidências de que cause casos mais graves ou comprometa o efeito das vacinas.
“Não há indícios de aumento na gravidade clínica ou falhas na ação de vacinas e antivirais. Por isso, a OMS decidiu classificá-la como variante sob monitoramento”, explicou Paola.
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De um total de 74 amostras coletadas na cidade durante o período, 46 apontaram presença da XFG. Outras linhagens do SARS-CoV-2 também foram detectadas, como a NB.1.8.1.
Vacinação reforçada no município
A Secretaria Municipal de Saúde confirmou que a vacinação contra a covid-19 foi ampliada para pessoas a partir de 60 anos. Idosos em instituições de longa permanência e pessoas com mais de 65 anos já foram atendidos. Em agosto, o grupo com imunossupressão será contemplado.
“O município já vacinou idosos residentes nas Instituições de Longa Permanência (ILPI) e o grupo acima de 65 anos nas unidades. Em agosto, será a vez das pessoas com imunossupressão (ou que façam uso de remédios imunossupressores – para regulagem do sistema imunológico). Outras faixas etárias serão alcançadas de maneira escalonada, conforme o cronograma de envio de doses pelo Ministério da Saúde”, diz o texto.
A vacina está disponível nas 240 unidades de saúde do município e nos Super Centros Cariocas de Vacinação, em Botafogo e em Campo Grande.
A pasta reforça a importância de manter os hábitos de prevenção, como higienizar as mãos, usar máscara em caso de sintomas e buscar orientação médica quando necessário.
“A vacina está disponível nas 240 clínicas da família e centros municipais de saúde espalhados pela cidade e no Super Centro Carioca de Vacinação, em Botafogo, que funciona todos os dias, das 8h às 22h; e no Super Centro Carioca de Vacinação, unidade Campo Grande, localizado no ParkShopping Campo Grande, que também abre todos os dias, de acordo com o horário de funcionamento do centro comercial.”
