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Feirantes da Glória impedidos de montar barracas e protestam contra ação da Seop

Feirantes da Glória impedidos de montar barracas e protestam contra ação da Seop | Divulgação

Domingo sem feira e com revolta. Feirantes da Glória foram impedidos de trabalhar, neste domingo (13), durante uma ação da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop). Muitos produtores relataram prejuízo e denunciaram a ausência de aviso prévio.

Em vídeo nas redes sociais, o comerciante Guilherme Brainer, do tradicional Risoto do Seu Zé, desabafou:

“Não houve aviso prévio e não tem uma justificativa clara. São centenas de pessoas que dependem da Feira da Glória para o seu sustento e fomos simplesmente impedidos de trabalhar. Muitas pessoas dependem da feira para sustento Imagina, todo mundo chega de manhã para trabalhar com produção de comida feita e simplesmente falam que não vamos trabalhar. Foi uma forma arbitrária. São muitas pessoas prejudicadas, impacta diretamente na economia. Muita gente só depende disso”, disse.

Segundo Brainer, parte das barracas foi liberada e outra parte vetada. Ele reforça que os feirantes estão abertos a uma solução legal:

“A gente está organizado. Desde o início a gente busca uma alternativa amigável. Se tiver uma forma de cadastro, uma forma que permita que nós exercemos nosso trabalho de forma legal, a gente está querendo buscar essa solução”, contou.

Ação da Seop gerou indignação

A Seop informou que realiza ações de ordenamento urbano todos os domingos na Feira da Glória. Nesta manhã, fiscais orientaram a retirada de barracas que seriam instaladas fora do traçado autorizado, na calçada da Avenida Augusto Severo.

Segundo a pasta, as estruturas afetariam árvores, jardins e um ponto de ônibus. A Seop também alegou que não houve apreensão de produtos ou equipamentos.

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Apesar disso, o clima entre os feirantes foi de frustração e incerteza.

Feira é reconhecida como patrimônio imaterial do Estado

A tradicional Feira Livre da Glória foi declarada Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial do Estado do Rio de Janeiro na última terça-feira (8), por lei sancionada pelo governador Cláudio Castro (PL).

O título permite ao Estado firmar parcerias culturais e promover a valorização da feira, que ocorre todos os domingos na Avenida Augusto Severo. O local é conhecido por sua variedade de produtos e clima festivo, com comidas típicas, artesanato, roupas, música e samba ao vivo.

Apesar do reconhecimento, a interrupção no domingo levantou críticas sobre a coerência entre o discurso de valorização cultural e a prática das autoridades locais.

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