
Nova variante XFG do coronavírus é confirmada em SP e Ceará | Reprodução/Pixabay
A nova variante XFG do coronavírus, também chamada de Stratus, já circula no Brasil. O Ministério da Saúde confirmou oito casos, sendo dois em São Paulo e seis no Ceará. Não há registro de mortes.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a cepa como “sob monitoramento”, diante do crescimento global de sua presença. Até o dia 22 de junho, 1.648 testes positivos para a XFG foram documentados em 38 países. Isso representa 22,7% das amostras coletadas no mundo entre os dias 26 de maio e 1º de junho. Um mês antes, a taxa era de apenas 7,4%.
No Sudeste Asiático, a circulação da variante explodiu. Ela saltou de 17,3% para 68,7% no mesmo intervalo. Na Índia, já se tornou dominante.
O que se sabe sobre a XFG
A nova cepa pertence à linhagem Ômicron e surgiu da recombinação das variantes LF.7 e LP.8.1.2. A amostra mais antiga da XFG foi coletada em janeiro de 2025. Estudos da OMS revelam mutações na proteína Spike, que facilitam a entrada do vírus nas células humanas.
Essas alterações também tornam a XFG mais propensa a escapar da resposta imune, em comparação com outras linhagens como a LP.8.1.
Risco à saúde pública é considerado baixo
Apesar da rápida disseminação, o risco global é avaliado como baixo pela OMS. O infectologista Renato Grinbaum, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), afirma que a variante merece atenção, mas sem pânico.
“Todo esse grau de alerta é exatamente para evitar a disseminação e propagação de uma cepa que teoricamente poderia ser mais intensa”, explica o médico.
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Segundo ele, o aumento de internações em alguns países acende o alerta entre profissionais de saúde, mas não há motivo para medo generalizado.
“A população em geral não precisa ter medo”, diz. “Não é para se apavorar ou achar que nós viveremos uma nova pandemia. Isso não é a verdade”, tranquiliza.
A designação “em monitoramento” é a classificação menos urgente da OMS, que ainda inclui as categorias “variante de interesse” e “variante preocupante”.
Sintomas comuns e sinais gastrointestinais
Os sintomas da XFG são semelhantes aos de outras cepas da covid-19. Contudo, sintomas gastrointestinais como dor abdominal e diarreia ocorrem com mais frequência. Rouquidão também tem sido relatada.
Vacinas continuam eficazes
A OMS reforça que as vacinas existentes seguem eficazes contra a XFG, especialmente na prevenção de casos graves. O Ministério da Saúde já distribuiu mais de 14,2 milhões de doses em 2025.
Desde 2024, a vacina contra a covid integra o calendário nacional, aplicada em gestantes, idosos e crianças nas UBSs de todo o país.
Como se proteger
O Ministério da Saúde orienta a manter o esquema vacinal em dia e procurar atendimento médico ao apresentar sintomas gripais, especialmente se houver histórico de contato com pessoas vindas do exterior.