
Jornalista do Washington Post elogia SUS após acidente em Paraty | Reprodução /@terrence_mccoy
O jornalista do Washington Post elogia SUS em um relato que já viralizou. Terrence McCoy, chefe da sucursal no Rio, machucou a cabeça durante viagem a Paraty, na Costa Verde, e foi socorrido pelo Samu. Levado ao Hospital Municipal Hugo Miranda, ele se impressionou com a qualidade e a gratuidade do atendimento público.
Acidente surreal e atendimento completo sem custo
Em um post publicado no Instagram na quinta-feira (4), McCoy contou que a porta do porta-malas de seu carro despencou sobre sua cabeça.
O jornalista detalhou a sequência de procedimentos.
“Eu estava de férias em Paraty, arrumando o carro para voltar para casa quando a vara que dá suporte para segurar o porta mala quebrou e a porta bateu em minha cabeça. Foi um acidente surreal, tinha muito sangue. Alguém ligou para o Samu e o SUS veio me buscar. Eu passei seis horas no SUS e tudo era de graça. Era tomografia, raio x, sutura e a conta chegou: R$0”.
Comparação com o sistema de saúde dos Estados Unidos
Em tom direto, McCoy comparou o sistema brasileiro com o americano.
“A maior diferença entre o Brasil e os Estados Unidos é o SUS. (..) Esse tipo de tratamento não existe nos EUA, mesmo para as pessoas com convênio. Você vai precisar pagar alguma conta por tratamento emergencial, mas aqui no Brasil, a experiência é bem diferente.”, afirmou.
+ MAIS NOTÍCIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO? CLIQUE AQUI
Em artigo publicado no The Washington Post no dia 29 de junho, ele revelou o choque cultural com a gratuidade.
“Mesmo depois de seis anos no Brasil como chefe da sucursal do The Washington Post no Rio de Janeiro, confesso que um dos meus primeiros pensamentos foi teimosamente americano. Da obscuridade, surgiu com uma clareza repentina: Quanto isso vai me custar?”, confessou.
Atendimentos também incluíram o filho do jornalista
Além do próprio acidente, o fim da viagem foi motivado por uma febre alta do filho. Preocupados com a distância da capital e a estrutura local, McCoy e sua esposa decidiram buscar ajuda médica para a criança.
“A febre do meu filho chegou a 40 graus. Após uma hora de espera, seu nome foi chamado. Dez minutos com um pediatra foram tudo o que precisamos para chegar ao diagnóstico: amigdalite. A conta do hospital do meu filho foi a mesma que a minha: R$ 0.”, detalhou.
Reconhecimento sem romantização
Apesar do elogio público, o jornalista americano fez questão de não idealizar o sistema.
“O SUS está longe de ser perfeito. Pacientes esperam em longas filas por atendimento especializado. Legisladores o deixam subfinanciado. Trabalhadores entram em greve rotineiramente.”, complementou.