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RJ: Novamente governador interino, Rodrigo Bacellar exonera Washington Reis e presidente do IPEN

Novamente governador interino, Rodrigo Bacellar exonera Washington Reis e presidente do IPEN

Governador interino do Rio de Janeiro, Rodrigo Bacellar exonera Washington Reis e presidente do IPEN | Reprodução

O governador interino do estado do Rio de Janeiro, Rodrigo Bacellar (União Brasil) mostrou que sua caneta tem tinta ao realizar duas exonerações  pontuais: Washington Reis (MDB), da secretaria de Transportes e Mobilidade, assim como Kennedy de Assis Martins, da presidência do Instituto de Pesos e Medidas. Ambos foram apresentados ao olho da rua e somente devem retornar aos seus cargos caso o governador Cláudio Castro queira comprar uma briga que pode levá-lo a fazer companhia a Wilson Witzel. Coisa que não acreditamos que vá acontecer.

Na última segunda-feira (30/6), em sessão extraordinária, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), presidida por Bacellar, aprovou por 59 votos a favor e um contrário a convocação de Washington Reis para comparecer a comissões da Casa. O deputado Professor Josemar (PSOL) propôs requerimento pela comissão de Transportes, assim como o deputado Allan Lopes (PL) apresentou pela Comissão Parlamentar de Inquérito  da Transparência.

Apenas o deputado Rosenverg Reis, do MDB — irmão de Washington — votou contra, bem como disse que recomendaria o político a não ir. Postura essa ignora a supremacia do interesse público, tal qual representa um atentado às funções do Poder Legislativo. Além, por obvio, de configurar nepotismo velado. 

O clima entre os políticos está tenso desde então. Em meio à treta, há quem queira apagar o incêndio, mas também quem queira colocar gasolina e outros que querem ver o circo pegar fogo, caso do prefeito do Rio,  Eduardo Paes.

Eduardo Paes sofre quatro derrotas na Câmara do Rio

Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, é pré-candidato ao governo do estado do Rio após duas derrotas | Fernando Frazão/Agência Brasil

Cláudio Castro deixou o Rio de Janeiro nesta quinta-feira (3) em viagem para Portugal. Totalmente ciente da situação política que deixou. Diante disso, custa-nos crer no conceito de “governador incomunicável num avião” que a grande mídia tenta emplacar. Até porque os aviões dispõem de internet, basta pagar.

Rodrigo Bacellar e Claudio Castro na inauguração da Ponte da Integração

Rodrigo Bacellar e Claudio Castro inauguram uma nova era para o Norte Fluminense | Philippe Lima/Governo do Rio/Divulgação

A razão para Rodrigo Bacellar estar governando o estado

Há uma semana, Rodrigo Bacellar encerrou um período de 10 dias no exercício do cargo de governador do Rio de Janeiro | Divulgação/ Governo do Rio de Janeiro

Desde maio desse ano, o Rio de Janeiro não tem mais vice-governador, pois o eleito Thiago Pampolha — aliado de Washington Reis — renunciou ao cargo. Simplesmente, para a “nobre causa” de tomar posse no cargo vitalício de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ). Por isso, Rodrigo Bacellar está no cargo de governador. Simplesmente, atendendo ao que prevê o artigo 141 da Constituição Fluminense. A Carta Magna prevê que quando o cargo de governador fica vago — e não há vice — deve assumi-lo o presidente da Assembleia Legislativa (Alerj).

Thiago Pampolha se defende mantendo distância de Cláudio Castro | Divulgação

Thiago Pampolha renunciou ao cargo de vice-governador para ocupar o cargo vitalício de Conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro | Reprodução

Rodrigo Bacelar está no segundo mandato como presidente da Alerj. Sempre manifestou ter, como ambição política pessoal, a indicação para conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro.  Porém, atendendo a um pedido do governador Cláudio Castro, abriu mão desse propósito para concorrer a governador como seu sucessor, em 2026.

Assim sendo, justamente para que não houvesse desarmonia no grupo político, houve um acordo entre Cláudio Castro e os deputados da base do governo, para indicação do vice-governador e ex-deputado estadual Thiago Pampolha para o TCE.

Pampolha somente se tornou vice-governador devido à inelegibilidade de Washington Reis, que formaria chapa com Cláudio Castro nas eleições de 2022. Não se tratava de prestígio do próprio Pampolha, mas de indicação do seu líder político, Washington Reis, impedido judicialmente de se candidatar. O motivo: uma condenação a 7 anos de prisão por crime ambiental e loteamento irregular da época que ele governou a cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Gilmar Mendes, Paes e Lula

Contudo, eis que surgiu uma esperança de livramento para Washington Reis, que recorre no Supremo Tribunal Federal (STF). Após aceno do Ministro Gilmar Mendes, que pediu vista do processo, de que poderia propor um acordo de não-persecução penal.

O que corria na boca miúda agora já se confirma, sobretudo após encontros do poderoso-chefão de Caxias com Eduardo Paes e Lula: o ministro do STF estaria disposto a trocar a condenação criminal que gera a inelegibilidade de Washington Reis por uma reparação ambiental. Isso lhe devolveria seus direitos políticos.

Uma Vela para Deus, outra para o Diabo

Rodrigo Bacelar na ocasião de sua reeleição — por unanimidade — como presidente da Alerj para mais dois anos de mandato | Reprodução

Rodrigo Bacelar explicou as razões que o levaram a exonerar Washington Reis. Inicialmente, rebeldia e falta de afeição de Reis a ele. Além disso, o fato de o ex-secretário estar dentro da máquina jogando para dois lados.

“Eu não posso ter um secretário que é insubordinado a mim, que mal fala comigo. Todo mundo sabe o meu perfil. Eu sou uma pessoa que tem um lado. O nosso governo é completamente alinhado com Jair Messias Bolsonaro. Ele insiste em andar com Eduardo Paes e com o presidente Lula. Acho que é muito bem claro.  Ninguém pode acender vela para dois lados”, falou Bacellar.

O que disse Washington Reis

O político citou realizações à frente da secretaria de Transportes e Mobilidade Urbana, assumida por ele com a confiança do “governador eleito”. Em outras palavras, deixou claro, com tal ênfase, o quanto deslegitima o governador em exercício, Rodrigo Bacellar.

Recebi com surpresa, por meio da imprensa, a informação de que o “governador” em exercício do Rio de Janeiro assinou minha exoneração do cargo de Secretário de Estado de Transporte e Mobilidade Urbana. É cedo para tratar de eleições, mas não posso deixar de afirmar que minha exoneração se deu unicamente pelo fato de eu não declarar apoio a quem não tem preparo ou capacidade para governar o Estado do Rio de Janeiro.

Sigo de cabeça erguida, com a consciência tranquila e o orgulho de quem sempre trabalhou com seriedade e compromisso. Continuarei nas ruas, ao lado do povo, fazendo aquilo que sempre me guiou: servir com responsabilidade, lealdade e trabalho”.

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