

Velório e sepultamento de Juliana Marins, acontecem nesta sexta-feira, no cemitério Parque da Colina, em Niterói
ENZO CARVALHO E ANDRÉ FREITAS (Redação) — A despedida da jovem Juliana Marins, de 26 anos, morta no Monte Rinjani, na Indonésia, está marcada para esta sexta-feira (4), às 10h, no Cemitério Parque da Colina, em Niterói. A publicitária morreu durante uma trilha na Indonésia. Inicialmente, havíamos informado que a família havia optado pela cremação do corpo da jovem. Entretanto, o pai da jovem, Manoel Marins, informou que Juliana será sepultada.

A liberação do corpo aconteceu após nova necropsia feita pelo IML do Rio, nesta quarta-feira (2). A análise teve acompanhamento de peritos da Polícia Civil, Polícia Federal, bem como de um especialista indicado pela família. O laudo preliminar sairá em até sete dias.
Adeus com dignidade
Mariana Marins, irmã de Juliana, que manteve o país inteiro informado através de um perfil no Instagram unicamente para esta finalidade, deu uma declaração comovente. Ela falou sobre o medo de que Juliana Marins ficar desaparecida, classificando essa situação como o maior temor da família. Mesmo sob a dor da perda, Mariana mostrou-se resignada pela família ter conseguido trazer o corpo de Juliana de volta.


Mariana Marins enquanto concedia entrevista ao Fantástico, da Rede Globo, sobre o que até então se tratava do desaparecimento da irmã Juliana, na Indonésia | Reprodução
“É muito importante, eu sei como é importante pra todas as famílias quando tem esse desfecho. Quando a pessoa fica desaparecida é muito ruim, a gente, as pessoas ficam sempre na expectativa de algo. Então é muito bom, realmente, a gente saber que Juliana tá aqui de volta com a gente, pra gente conseguir dar esse adeus digno pra ela”, disse.
Assim como todos os brasileiros que acompanharam este caso, Mariana segue inconformada com o tratamento dado à situação pelo governo indonésio. Nesse sentido, ela clama que sociedade, governos e imprensa continuem dando atenção para os desdobramentos porvir. Sobretudo, por toda negligência que envolve o incidente, cada vez mais distante de se considerar um acidente.
“Meu pedido, mais uma vez, é: não esqueçam Juliana. Ainda tem muita coisa que a gente tem que pedir por ela. Juliana, eu acredito que ela sofreu muita negligência nesse resgate, então a gente vai continuar atrás das providências e tudo”, roga.
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A nova perícia solicitada pela família teve apoio da Advocacia-Geral da União. O pedido surgiu após divergências com o laudo indonésio, que indicava trauma grave como causa da morte. A princípio, já se descarta a hipotermia como causa da morte. Todavia, ainda se busca resposta para o momento exato da lesão que teria causado ferimentos letais.
Essa descoberta se mostra fundamental no sentido de evidenciar que a demora no socorro teve a morte de Juliana como resultado. Em outras palavras, isso comprovaria que a jovem morreu muito mais pelas quedas que sofreu do que de frio.
O corpo da jovem chegou ao Brasil na terça-feira (2), via Guarulhos. A Força Aérea Brasileira transportou o caixão até o Rio. Policiais federais e um perito da corporação acompanharam todo o processo.
Juliana, que era apaixonada por trilhas e viagens, se tornou símbolo de uma batalha por direitos humanos e por mais rigor em protocolos de resgate internacionais.