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Recordista de medalhas no atletismo brasileiro, Wanda dos Santos morre aos 93 anos

Wanda dos Santos, lenda do atletismo brasileiro, em evento esportivo

Recordista de medalhas no atletismo brasileiro, Wanda dos Santos morre aos 93 anos | Wagner Carmo/CBAt

Wanda dos Santos, uma das maiores lendas do atletismo brasileiro, morreu na segunda-feira (30), aos 93 anos, em São Paulo. Ela foi recordista de medalhas no atletismo nacional e conquistou quatro medalhas em Jogos Pan-Americanos. Representou o Brasil em duas edições dos Jogos Olímpicos.

O velório acontece nesta terça-feira (1º), das 10h às 14h, no Cemitério São Pedro, na Vila Alpina. A cremação será realizada no mesmo local, na capital paulista.

“A Wanda dos Santos era uma lenda, faz parte da história do atletismo nacional. Disputou dois Jogos Olímpicos, foi companheira de treinamento de Adhemar Ferreira da Silva e a maior campeã do Troféu Brasil de Atletismo. Sempre fui fã da dona Wanda, pessoa com a qual tive o prazer e o privilégio de compartilhar minha amizade. Ela foi exemplo, inspiração, história, o melhor do atletismo”, afirmou Wlamir Motta Campos, presidente do Conselho de Administração da Confederação Brasileira de Atletismo.

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) manifestou pesar pela morte de Wanda.

 “Neste momento de profunda tristeza, o Comitê Olímpico do Brasil expressa suas sinceras condolências aos familiares, amigos e admiradores de Wanda dos Santos. Sua memória permanecerá viva na história olímpica brasileira, inspirando futuras gerações de atletas.”

Wanda iniciou sua carreira no Palmeiras, mas logo passou para o São Paulo. Entre 1946 e 1966, conquistou 48 medalhas no Troféu Brasil, o principal torneio nacional. Foram 12 títulos no salto em distância, 27 nos 80m com barreiras, duas no salto em altura e sete no revezamento 4x100m. Os 80m com barreiras (atual 100m com barreiras) eram sua prova principal.

Disputou a primeira edição dos Jogos Pan-Americanos, em 1951, em Buenos Aires, e ganhou bronze no salto em distância. Também ganhou medalhas em três edições seguintes: bronze no México (1955), prata em Chicago (1959) e bronze em São Paulo (1963), todas nos 80m com barreiras.

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Foi sete vezes campeã sul-americana, duas vezes Ibero-Americana e participou dos Jogos Olímpicos de Helsinque (1952) e Roma (1960). Em Helsinque, assistiu à conquista do primeiro ouro de Adhemar Ferreira da Silva no salto triplo e bateu o recorde sul-americano dos 80m com barreiras na fase de qualificação, com 11,3 segundos — sua melhor marca pessoal.

No total, Wanda estabeleceu nove recordes brasileiros nos 80m com barreiras e três no salto em distância, com a melhor marca de 5,61 metros.

Reconhecida como pioneira do esporte feminino brasileiro, ela ajudou a abrir caminho para mulheres no atletismo, ao lado de Elisabeth Clara Muller, Melânia Luz e Aída dos Santos. Mesmo após casar e ter filhos, seguiu competindo na categoria master e conquistou dois títulos mundiais nos 300m com barreiras.

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