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Niterói apresenta programa Recomeço a padre Júlio Lancellotti

Niterói apresenta programa Recomeço a padre Júlio Lancellotti | Divulgação/Luciana Carneiro/Prefeitura de Niterói

Com foco na superação da exclusão social, o programa Recomeço foi tema central de um encontro entre o padre Júlio Lancellotti e autoridades de Niterói. A cidade aposta em acolhimento humanizado, moradia digna e geração de renda como caminhos para enfrentar uma das mais graves crises sociais do país.

A conversa aconteceu na sede da prefeitura e reuniu nomes ligados à assistência, inclusão e direitos humanos. A pauta não girou apenas em torno de números, mas sobretudo em torno de vidas. O programa, que prevê investimento de R$ 20 milhões, mira em ações práticas e estruturadas para transformar a realidade das ruas.

Entre os pilares da iniciativa estão o reforço às abordagens sociais, a criação de um centro de acolhimento com 27 mil atendimentos anuais, a oferta de moradia imediata e o acesso à educação e ao trabalho. A cidade também pretende inaugurar um centro terapêutico com equipe multidisciplinar para apoiar pessoas com dependência química ou transtornos mentais.

Durante o encontro, o prefeito destacou que a cidade precisava ir além dos auxílios básicos já em vigor.

“O programa Recomeço é um novo capítulo na nossa frente de ações em apoio a quem mais precisa. Mesmo com nossos projetos voltados para a renda básica, unidades de acolhimento, a Moeda Social Arariboia e outros benefícios, lidar com a situação de rua é um desafio complexo que demanda uma ação ainda mais holística e integrada. Por isso, não poderíamos perder a chance de apresentar o Recomeço ao padre Júlio, uma referência no desenvolvimento de políticas públicas e na militância. Saímos ainda mais inspirados do encontro e animados para colocar na rua todas as ideias!”, afirmou o prefeito.

Ele classificou o programa como um “novo capítulo” na luta contra a desigualdade.

O padre Júlio Lancellotti elogiou a proposta e destacou o potencial do projeto. Para ele, o Recomeço pode humanizar de verdade o debate.

“Apesar de falar sobre recomeçar, para mim, esse programa trabalha mais a humanização. Oportunidade, moradia e acolhimento são frentes importantes para reintegrar esse grupo historicamente excluído. Por causa dessa campanha neofascista que assola o país, a população em situação de rua sofre ainda mais com preconceitos e narrativas muito distantes da realidade. Feito com base em estudos reais, o programa Recomeço é uma tentativa de Niterói de agir na linha de frente desse desafio, tendo como base principal a escuta. Espero ter contribuído com a nossa experiência em São Paulo”, reforçou o padre.

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A construção do projeto teve base em levantamentos feitos pela prefeitura em parceria com a Universidade Federal Fluminense. Os dados guiaram a criação de seis eixos estratégicos, do atendimento emergencial à inclusão produtiva. Um dos pontos mais inovadores é a adoção gradual do modelo Housing First, que prevê garantir moradia antes de qualquer outra exigência.

Além disso, o programa deve implementar turmas da EJA exclusivas para pessoas em situação de rua, com meta de formar 200 estudantes por semestre. Cursos de capacitação, ações de economia solidária e frentes de trabalho também entram no plano. O apoio será feito em parceria com instituições como Sesi, Firjan, Senac e entidades comerciais.

Na frente da ordem pública, Niterói lançará o Guardiões dos Bairros, uma força-tarefa que reúne segurança, secretarias e moradores em ações urbanas e de escuta qualificada. Já o combate ao trabalho infantil será reforçado com o apoio dos Conselhos Tutelares e campanhas de conscientização.

A nova legislação sancionada em abril ampara toda a política. Ela estabelece diretrizes de assistência com base em dignidade, escuta ativa e foco nos direitos humanos. A Central de Recepção reunirá os serviços essenciais, incluindo atendimento em saúde, alimentação, emissão de documentos, orientação jurídica e oportunidades de inserção no mercado.

“O Recomeço é uma construção coletiva, baseada em evidências, escuta qualificada e compromisso com os direitos humanos. Vamos oferecer acolhimento, atendimento em saúde, acesso à documentação, formação e oportunidades de trabalho. Nosso objetivo é romper o ciclo de exclusão e reconstruir caminhos com dignidade”, explicou.

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