
Viaturas da PM reforçam patrulhamento durante operações em comunidades do Rio | Reprodução
Blindados cruzam vielas estreitas. Os sons das sirenes se misturam aos passos apressados. Na linha de frente, a Polícia Militar intensifica ações em comunidades da Zona Oeste e da Zona Norte do Rio. O objetivo? Reprimir o crime organizado que insiste em impor regras próprias onde o Estado sempre chega tarde.
Logo nas primeiras luzes da quarta-feira (20), uma ofensiva do 14º BPM (Bangu) desembarcou na Vila Kennedy, área sob domínio do Comando Vermelho.
Com apoio de um caveirão, os agentes encontraram resistência, mas avançaram. O saldo, até o momento, inclui quatro suspeitos detidos, dois fuzis — um calibre 7.62 —, drogas diversas e rádios comunicadores. Uma parte dos entorpecentes, segundo a PM, estava enterrada em um dos pontos da comunidade.
Enquanto isso, o impacto da operação transbordou para além dos becos. Pelo menos 15 escolas da região suspenderam as atividades. Duas unidades de saúde também fecharam as portas. O medo, mais uma vez, silenciou o direito à rotina.
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Do outro lado da cidade, em Madureira, policiais do 9º BPM (Rocha Miranda) entraram nas comunidades Faz Quem Quer, Cajueiro e Congonha. Ali, um fuzil falso, uma pistola 9mm e mais drogas reforçaram o retrato de um território onde o crime ainda aposta no improviso armado. Cinco escolas da região também foram afetadas pela operação.
Mais ao norte, em Vicente de Carvalho, outra ofensiva. No Morro do Juramento, o 41º BPM (Irajá) tenta capturar criminosos ligados a roubos de cargas e veículos. Até agora, o balanço da ação não foi divulgado.
Em meio à repressão, uma certeza: cada fuzil tirado das mãos erradas significa um passo a mais na tentativa de devolver o mínimo de paz a quem vive encurralado pelo medo. E a cidade, que não para, aprende a se adaptar — ou se esconder — enquanto o confronto insiste em marcar presença.