
Funcionários posicionam câmera em árvore como parte do projeto Fauna Ameaçada, que visa mapear espécies em risco no RJ | Divulgação/Governo do Rio de Janeiro
Registro em tempo real, dados mais precisos e políticas públicas eficazes. O monitoramento da fauna silvestre no Rio de Janeiro acaba de dar um salto: 480 câmeras foram entregues pelo Governo do Estado para vigiar a biodiversidade em áreas estratégicas.
A proposta busca atualizar a Lista da Fauna Ameaçada do Rio, que está defasada há 27 anos. As gravações vão gerar informações inéditas para compor um livro com lançamento previsto até 2027.
Os equipamentos já começaram a ser distribuídos em parques estaduais como Cunhambebe, Três Picos e no Refúgio da Vida Silvestre do Médio Paraíba. A instalação é coordenada pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente), que também fornece itens de manejo como puçás, caixas de transporte e pinções para o trabalho dos guarda-parques.
O projeto, batizado de Fauna Ameaçada, é uma iniciativa da Secretaria Estadual do Ambiente e Sustentabilidade e está inserido no Plano de Ação Estadual para a Biodiversidade do Rio de Janeiro, com vigência prevista entre 2025 e 2030.
De acordo com o governador Cláudio Castro, as câmeras vão permitir um salto qualitativo na proteção das espécies.
“Essa entrega representa um avanço importante na preservação da nossa biodiversidade. Com as câmeras e equipamentos de manejo, teremos dados mais precisos e atualizados, fundamentais para orientar políticas públicas eficazes e garantir a proteção das espécies ameaçadas”, declarou.
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O mapeamento é parte do esforço para reduzir os impactos do tempo perdido desde a última lista oficial, datada de 1998. Segundo o secretário Bernardo Rossi, a nova base de dados ajudará a direcionar ações e políticas de preservação com mais precisão.
“A última lista de fauna ameaçada foi publicada no ano de 1998 pela secretaria. O novo levantamento é considerado essencial para orientar ações de preservação ambiental e acabarmos com os 27 anos de defasagem nos estudos”, disse Rossi.

Equipamento faz parte do projeto estadual que vai registrar animais em risco de extinção e atualizar dados da biodiversidade | Divulgação/Governo do Estado do Rio
Mais de 1.300 espécies de vertebrados vivem na Mata Atlântica do estado. Entre elas, 620 aves, 280 anfíbios, 200 répteis e 260 mamíferos. Algumas, como o mico-leão-dourado e a onça-parda, correm risco de extinção.
Além das unidades de conservação estaduais, todas as cidades do estado vão receber os equipamentos, ampliando o alcance do monitoramento ambiental e a coleta de dados sobre os animais silvestres.
O livro, que reunirá os dados obtidos pelas câmeras, será organizado por uma empresa contratada via edital público. O conteúdo vai orientar novas políticas ambientais e ações educativas sobre conservação da fauna fluminense.