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Fundo de Desenvolvimento Imobiliário do Centro de Niterói entra em vigor com investimento inicial de R$ 450 milhões

Prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, sanciona lei que cria o Fundo de Desenvolvimento Imobiliário do Centro de Niterói (FDICN), que entra em vigor com aporte imediato de R$ 450 milhões do Fundo Soberano dos Royalties do Petróleo | Lucas Benevides

Prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, sanciona lei que cria o Fundo de Desenvolvimento Imobiliário do Centro de Niterói (FDICN), que entra em vigor com aporte imediato de R$ 450 milhões do Fundo Soberano dos Royalties do Petróleo | Lucas Benevides

As transformações projetadas para o Centro de Niterói ganharam impulso com a entrada em vigor, nesta quarta-feira (14), da lei que cria o Fundo de Desenvolvimento Imobiliário do Centro (FDICN). A medida, sancionada pelo prefeito Rodrigo Neves, estabelece um investimento inicial de R$ 450 milhões. Em contrapartida, o poder público não quer somente estimular a revitalização urbana e aquecer o mercado imobiliário local.

Na visão de Rodrigo Neves, as intervenções públicas realizadas na cidade vem acompanhadas da necessidade de uma reparação histórica. Sobretudo, porque há 50 anos — e sem nenhuma contrapartida — uma canetada fez com que Niterói deixasse de ser a capital do antigo estado do Rio de Janeiro.

A famigerada fusão do estado da Guanabara, que só existiu entre 1960 e 1975,  com a unidade federativa do Rio de Janeiro em plena ditadura, representou uma afronta à nossa Cidade Sorriso.

Portanto, vale dizer que tais obras vão, ainda, resgatar Niterói como capital fluminense, tal qual sua importância histórica. Sobretudo, numa região que abriga uma das maiores universidades federais do Brasil — a UFF. Além dela, temos outras inúmeras universidades privadas, com um gigantesco corpo discente e docente.

Prefeito de Niterói Rodrigo Neves, durante encontro com o Reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Antonio Claudio Nóbrega, reforçando parcerias entre o município e a instituição, acompanhado ainda da vice-prefeita Isabel Swan

Prefeito de Niterói Rodrigo Neves, durante encontro com o Reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Antonio Claudio Nóbrega, reforçando parcerias entre o município e a instituição, acompanhado ainda da vice-prefeita Isabel Swan | Lucas Benevides

“Estamos alinhando parcerias importantes para fortalecer o investimento privado e atrair novas oportunidades em setores estratégicos como inovação, economia criativa e indústria do conhecimento”, disse Rodrigo Neves.

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No início de seu mandato, o prefeito se reuniu com o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Luiz Césio Caetano. Na ocasião, tratou da implantação do Polo de Inovação, Economia Criativa e Desenvolvimento na Cantareira. Rodrigo explicou que o projeto contará com recursos e investimentos privados, formando um hub voltado para a atração de empresas de base tecnológica e científica.

Em resumo, estaria em jogo o apoio a startups e programas de pesquisa e desenvolvimento nas áreas de saúde, audiovisual e economia criativa. Com a parceria já alinhada, juntamente com o FDICN em vigor, Niterói está preparada para se tornar referência em em inovação no Estado do Rio de Janeiro.

“O polo vai gerar  empregos e oportunidades especialmente para os jovens, enquanto reforçamos nossas vocações econômicas”, destacou o prefeito Rodrigo Neves.

Fusão: 50 anos de uma canetada autoritária

Ainda dentro do contexto da transformação da região central de Niterói, Rodrigo tem intenção de municipalizar diversos prédios históricos. Sobretudo, o Palácio São Domingos — ou da Praia Grande — que abrigou a sede do governo do estado até a revolta da armada. Posteriormente, teve como última utilidade servir como abrigo da secretaria estadual de Fazenda.

Tal edificação, na Rua Marechal Deodoro, nº 30, fica entre Visconde do Rio Branco e Rua Visconde de Uruguai e está abandonada. A pretensão do prefeito Rodrigo Neves é de recuperar o prédio e torná-lo um museu que guardaria a história de Niterói.

Palácio que sediou o governo do estado do Rio de Janeiro até 1892, cujo tombamento estadual ocorreu em 27/08/1990, enquanto o tombamento municipal aconteceu apenas em 20/08/2001

Palácio que sediou o governo do estado do Rio de Janeiro até 1892, cujo tombamento estadual ocorreu em 27/08/1990, enquanto o tombamento municipal aconteceu apenas em 20/08/2001

Afinal, as novas gerações merecem conhecer a história que sua cidade carrega. Logo, esse perímetro que compreende São Lourenço — onde Arariboia instalou a Aldeia que deu origem à cidade, o Centro e São Domingos, precisam passar por uma transformação que além de olhar para o futuro, também resgate a glória e riqueza do nosso passado.

Até mesmo, perpetuando histórias da época que o imperador Dom Pedro II vinha a Niterói. Fosse por compromissos de governo, repouso, ou até mesmo para visitar o seu ex-tutor e amigo José Bonifácio de Andrada e Silva, patriarca da independência, que faleceu na cidade.

Ampliação de moradias no Centro vai dinamizar o mercado imobiliário

Segundo a Prefeitura, o fundo começa com R$ 450 milhões oriundos dos royalties do petróleo. As informações oficiais, inicialmente divulgadas, soam com um pouco mais de modéstia diante do que este jornalista apurou.

Em suma, o governo fala em reocupar o Centro, estimular reformas em prédios antigos, ampliar a oferta de moradias. Também, em impulsionar o turismo – principalmente o de negócios, a economia criativa e o setor da construção civil. Este último um tanto quanto óbvio.

Meta é dobrar população e chegar a R$ 1 bi

Segundo o prefeito Rodrigo Neves, seu governo vai trabalhar para fazer da região central um novo vetor de crescimento da cidade. Nesse sentido, ele pretende promover sinergias com o setor financeiro e os bancos públicos e privados. Como, primeiramente, o FDICN receberá R$ 450 milhões de aporte via transferência do Fundo Soberano do Petróleo, a meta final se revela desafiadora.

Nova Amaral Peixoto | Divulgação

Perspectiva da nova Avenida Ernani do Amaral Peixoto, no Centro, após obras de transformação | Divulgação

“Queremos chegar a R$ 1 bilhão para oferecer crédito e temos um desafio: destinar recursos com taxa de juros de 8%. O Centro tem cerca de 20/25 mil moradores, queremos chegar a 50/60 mil nos próximos dez anos”, afirmou Rodrigo Neves.

O plano inclui transformar prédios em residências, regularizar imóveis e oferecer financiamento para a construção civil. Também estão previstas ações para moradia estudantil e estímulo à hotelaria na região central da cidade.

Conselho oficial ao mercado imobiliário

O secretário executivo Felipe Peixoto destacou que a hora de investir é já, sob risco de investidores profissionais ficarem para trás. Ele aposta no potencial de crescimento da área central em médio prazo.

“A Prefeitura está fazendo a parte dela, com projetos como a modernização da Praça Arariboia, a revitalização do Mercado Municipal e a nova Amaral Peixoto”, ressaltou Felipe Peixoto.

Mercado vê Niterói como porto seguro para investir

Em contrapartida à observação do secretário executivo de Niterói, o empresário Julio Kezem, Presidente da Ademi-Niterói (Associação das Empresas do Mercado Imobiliário), elogiou o plano.

“Não estamos acostumados a ver esse tipo de planejamento do poder público. Agora, é hora de viabilizar projetos e fazer o Centro crescer”, disse, defendendo mais engajamento do setor.

Requalificação do espaço urbano

O alerta dado por Felipe Peixoto vale ainda mais para os proprietários de imóveis na região. Por conta da pandemia, muitos colocaram seus imóveis à venda. Na maioria dos casos, com valores muito abaixo do mercado. Todavia, a requalificação do bairro permitirá a transformação de edificações existentes para uso residencial e misto.

 

Além disso, o governo abrirá linhas de financiamento com juros subsidiados para a construção civil. Já está em vigor a lei da acomodação de alunos do ensino superior, por meio do programa Aluguel Universitário. Haverá, ainda, a desapropriação e regularização fundiária de terrenos estratégicos.

Nesse sentido, há ainda os fomentos ao setor hoteleiro, muito deficitário na cidade. Ademais, há um grande evento à caminho, daqui a seis anos: os Jogos Pan-Americanos Rio-Niterói. Com todo respeito que o povo paraguaio merece, Assunção não tem a menor estrutura para realização do evento.

Transações vão crescer

Fabiano Gonçalves, vereador licenciado e secretário de Desenvolvimento Econômico, com ampla experiência no setor empresarial, está entusiasmado com a nova política. Primordialmente, com seu ineditismo.

“É uma política pública que não tem no Brasil e está muito bem alicerçada no desenvolvimento. O setor imobiliário já gera mais de 30 mil empregos, com faturamento na ordem de mais de R$ 2 bilhões. A região do Centro representa 15% das transações imobiliárias da cidade e ganha protagonismo com os novos empreendimentos”, observou.

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