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Cantor e compositor Jacy Inspiração, autor de sambas antológicos da Cubango e Grande Rio, morre aos 79 anos

Jacy Inspiração, sambista histórico da Cubango e da Grande Rio
Morreu nesta segunda-feira (12), aos 79 anos, Jacy Inspiração, cantor e compositor de um dos sambas-enredo mais bonitos da história da Acadêmicos do Cubango, de Niterói. O sepultamento do artista aconteceu nesta tarde, no Cemitério do Catumbi, no Rio de Janeiro, com o mundo do samba de luto, especialmente às agremiações por onde ele passou. Não houve divulgação da causa da morte.
A obra de Jacy Inspiração rendeu à Acadêmicos do Cubango o título de campeã do carnaval em 2001, na Marquês de Sapucaí pelo Grupo B, com o enredo “África, o exuberante paraíso negro”.
Além de entrar para a história da verde-e-branco niteroiense, Jacy Inspiração  também fez sucesso em diversas agremiações do carnaval carioca.

No mundo encantado de Jaci

Por exemplo, no Grupo Especial, em 1993, a Grande Rio chegava para se firmar entre as grandes do carnaval carioca. Jacy Inspiração fez parte dessa história, como um dos compositores do samba mais cantado desde então da história da agremiação: “No Mundo da Lua”. Clareia, Dindinha / Teu Mundo tá aí / A festa é nossa hoje na Sapucaí.
Este samba, apesar de resultar da junção dos três sambas finalistas, representou a primeira conquista de Jacy Inspiração no Grupo Especial. Ele voltaria a vencer na elite do samba, anos mais tarde, pela Unidos da Tijuca. Dessa vez, no histórico Carnaval do ano 2000 — o dos 500 anos do Brasil.  Novamente, com um outro feito importante. O samba ajudou a levar a azul e branco do Borel a participar, pela primeira vez, do desfile das campeãs pelo Grupo Especial.
Enfim, Jacy deixa um legado ligado às raízes do samba popular e às narrativas do povo brasileiro, que vão além das agremiações carnavalescas. Principalmente, porque suas obras também estão comprometidas com o cotidiano, a emoção e a cultura popular brasileira. Tamanha inspiração não morre, mas apenas se faz luz, agora no céu, a iluminar quem ficou do lado de cá.

Vida musical e outros sucessos

Oriundo dos blocos cariocas desde aos anos de 1960, Jacinto Filho começou sua vida artística no Bafo da Onça, no Catumbi, ao passo que atuou em diversas alas de compositores de blocos e escolas de samba. Se destacou como puxador e compositor da Arrastão de Cascadura, afilhada do Império Serrano. Também fez sucesso na Acadêmicos do Engenho da Rainha e Império da Tijuca.

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Conforme informações constantes no Dicionário Cravo Alvim da Música Brasileira, o compositor carioca Jacy Inspiração adotou, no início da carreira o pseudônimo Jacy da Coroa, por viver no Morro da Coroa, em Santa Teresa. 

Sua obra percorreu estilos como o baião, com destaque para a música “Chiquinha Fofoca”, gravada por Altamiro Carrilho em 1972. Dois anos depois, lançou um compacto duplo pela Copacabana Discos, com arranjos de Waldemiro Lemke. Em 1980, compôs o samba-enredo “Mambembes e Mamulengos”, e teve parcerias gravadas por Neguinho da Beija-Flor, incluindo “Dia a Dia, Melô da Inação” e “É Melhor Sorrir”, título do disco do cantor em 1982.

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Sua trajetória como músico, cantor e compositor ganhou o mundo através de um documentário. Sob a direção do cineasta francês Clément Claustre, ficou, então, para a posteridade, “Jacy Inspiração, A Cara do Brasil”.

 

 

 

 

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