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Pastor mirim promete retorno ‘assustador’ após banimento das redes sociais

Pastor mirim promete retorno ‘assustador’ após banimento das redes sociais | Reprodução/Instagram

O Conselho Tutelar determinou que Miguel Oliveira, conhecido como “missionário mirim”, interrompa suas atividades religiosas públicas e o uso de redes sociais por tempo indeterminado.

A decisão foi comunicada à Igreja Assembleia de Deus Avivamento Profético, onde Miguel congrega. Com isso, ele retornará às aulas presenciais, substituindo o ensino online que vinha realizando.

O pastor Márcio Silva, líder da igreja, afirmou que a instituição acatará a orientação para resguardar o jovem.

“Houve uma decisão radical do conselho tutelar, que proibiu o Miguel de viajar, de pregar e usar as redes sociais. Estamos tristes, mas optamos por afastá-lo para evitar mais exposição. Ele aceitou de boa a decisão”, declarou o pastor.

Ameaças e investigações em andamento

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) está investigando ameaças feitas a Miguel nas redes sociais. Segundo relatos, o adolescente recebeu mensagens ofensivas e ameaças de morte devido às suas pregações. Em entrevista, Miguel mencionou um episódio em que foi ameaçado caso visitasse Maringá (PR).

A polícia civil foi acionada pelos pais do jovem, que denunciaram os ataques virtuais. As autoridades buscam identificar os responsáveis pelas ameaças e avaliar possíveis medidas de proteção ao adolescente.

Trajetória e controvérsias

Natural de Carapicuíba (SP), Miguel Oliveira afirma ter iniciado sua vida religiosa aos três anos, após ser curado de surdez e mudez. Desde então, passou a pregar em eventos evangélicos por todo o Brasil, ganhando notoriedade pela postura semelhante à de pastores adultos, mesmo com pouca idade.

Recentemente, um vídeo em que Miguel rasga supostos laudos médicos durante um culto, enquanto afirma estar curando doenças como câncer, leucemia e pneumonia, gerou revolta nas redes sociais.

“Eu rasgo o câncer, eu filtro o teu sangue e eu curo a leucemia”, diz o jovem na gravação, que termina com gritos e aplausos do público.

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Internautas criticaram duramente o episódio, alegando exploração da fé alheia e apontando possíveis encenações.

“Tão jovem e já aprendeu o caminho da enganação, brincando com a fé alheia”, escreveu um seguidor na postagem.

Críticos dizem que suas pregações carecem de embasamento bíblico e apontam o risco de que ele esteja apenas reproduzindo fórmulas conhecidas do meio neopentecostal, sem entendimento profundo do conteúdo que propaga.

Apesar das críticas, Miguel recebeu apoio de figuras públicas como o influenciador Pablo Marçal, que afirmou:

“Ele não é falso profeta”.

Em resposta às acusações, o adolescente publicou um vídeo, sem entrar em muitos detalhes, e reforçou que encara os comentários como parte do crescimento pessoal e do fortalecimento de seu ministério. Segundo ele, as manifestações públicas e privadas que recebeu serviram como “combustível” para a evolução de seu trabalho espiritual.

Repercussão nas redes sociais

A atuação de Miguel nas redes sociais gerou debates entre fiéis e críticos. Enquanto alguns veem o jovem como um novo líder religioso, outros questionam a autenticidade de suas mensagens.

O pastor Flávio Amaral, líder do ministério Libertos por Deus, criticou duramente o missionário mirim, chamando-o de “aprendiz de feiticeiro” e questionando seus métodos.

A polêmica levantou discussões sobre a exploração da fé e a responsabilidade de líderes religiosos em orientar jovens pregadores. A decisão do Conselho Tutelar busca proteger Miguel diante das controvérsias e garantir seu desenvolvimento pessoal e educacional.

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