Policias Civis da 14ª DP (Leblon) prenderam, nesta segunda-feira (24), o miliciano Caveira, ex-policial militar e ex-membro do Batalhão de Operações Policiais Especializadas (Bope). Segundo a Polícia, Ronny Pessanha de Oliveira, conforme batizado, lidera uma das principais milícias da Zona Oeste. O domínio territorial do suposto inocente abrange comunidades em Rio das Pedras, assim como no Sertão/Sertãozinho.
A expulsão de Caveira da PM e do Bope aconteceu em 2023. Ainda pesa contra ele a acusação de fornecer treinamento tático e técnico à traficantes da facção criminosa Comando Vermelho. Principalmente, fazendo uso dos conhecimentos adquiridos dentro da força especial. Além disso, ele comandaria o crime organizado na região, outrora comandada por seu pai, nos anos de 1980. Em suma, Ronny arrecadava dinheiro explorando diversas atividades ilegais, por vezes sob extorsão ou coação.
A ofensiva, batizada de Operação Contenção, teve como objetivo sufocar as finanças, logística e atuação operacional da facção criminosa. Caveira se tratava do principal alvo da ação, que cumpriu 22 mandados de busca e apreensão, bem como dois de prisão temporária.
A Polícia Civil do Rio informou que o criminoso estava sob monitoramento. Os policiais envolvidos na Operação Contenção localizaram Caveira dentro de um condomínio, com a ação registrada em vídeo.
Treinador de criminosos e controlador da Muzema
Apontado como peça-chave no treinamento armado de traficantes, “Caveira” operava em aliança direta com lideranças do CV no Complexo da Penha. Além do tráfico, ele é suspeito de comandar esquemas de lavagem de dinheiro por meio de uma empresa de vigilância patrimonial, fachada para movimentações financeiras ilícitas.
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O terror imposto por Ronny Pessanha ia além do tráfico. Segundo as investigações, ele controlava à força empreendimentos imobiliários na Muzema, expulsando moradores com armamento pesado para se apoderar de imóveis e integrá-los ao domínio criminoso.
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Durante entrevista coletiva, o secretário de estado de Polícia Civil do Rio, Felipe Curi, afirmou que Caveira expulsava moradores de suas casas, ao passo que colocava outras pessoas morando nas residências. Felipe Curi ainda disse que a polícia suspeita que Caveira tenha participado da morte de duas pessoas em condomínios da comunidade.
A guerra continua
Ainda no decorrer da entrevista coletiva, a Polícia Civil reforçou que manterá ofensiva contínua contra o Comando Vermelho. Nesse sentido, pretende envolver diversas unidades estratégicas, sem detalhar quais. Por fim, deixou uma mensagem clara de que se trata, apenas, da primeira etapa de um plano sistemático para barrar a expansão da facção e restabelecer a ordem na região.
A operação contou com o apoio da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Militar, do Bope e da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Vidigal. A promessa das autoridades é clara: a repressão ao crime será implacável.
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