
Foto: Reprodução da internet
Um drama que se prolonga e parece não ter fim. Esta é a situação de Odara Cristina Amélia da Silva, mãe de Riquelme, com apenas 1 ano de idade. O menino está internado praticamente desde que nasceu no Hospital Municipal Adão Pereira Nunes, o Hospital de Saracuruna, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ela acusa a unidade de agir com negligência. O hospital, em nota, dá a sua versão do caso.
De acordo com Odara, o menino recebeu alta do CTI no dia 26 de fevereiro. Na ocasião, ela afirma que desde que o pequeno Riquelme foi para a enfermaria, não conseguia atendimento médico algum a partir das 12 horas, pois não há profissional na unidade a partir desse horário. Além disso, a situação se agravou no dia 7 de março.
No dia 7, precisei ver minha filha e deixei minha mãe com meu bebê. Ela começou a chamar os médicos do andar de baixo às 14 horas porque ele teve convulsões o dia todo e até as 21 horas ninguém subiu. Ninguém! Meu filho teve uma parada cardíaca e os enfermeiros não tinham como descer com ele, que teve mais duas paradas. Infelizmente, hoje ele vegeta. Além desse absurdo, meu filho está com sepse e não reage mais”, afirma.
Desolada, Odara afirma que o filho, embora tenha nascido com má formação, era ativo, mas que hoje não tem mais esperanças de vê-lo vivo.
A mãe enviou o laudo médico da época de nascença do garoto para a reportagem do portal Folha do Leste. Nele está descrito os problemas de saúde com os quais o bebê nasceu.

Laudo Médico informa a situação clínica com a qual Riquelme nasceu. Foto: Odara Cristina Amélia da Silva.
Dependência de oxigênio
Odara afirma que o filho é dependente de oxigênio. Por isso, argumenta que jamais deveria ter recebido alta. Por ter a condição clínica grave, ela explica que Riquelme precisaria de uma home care, mas ela não tem como custear um serviço desse tipo. Além disso, ela se queixa de outras complicações que o hospital não atendeu.
Apesar dos responsáveis pelo CTI estarem cientes que não tem médico depois das 12 horas no setor de pediatria, que é onde ele está, passou uma visita que deu alta para ele. O resultado é que ele vem vegetando e já teve uma série de complicações. Meu filho chegou a ter pus saindo da barriga durante uma semana. Ninguém fez nada por ele. Só passavam para tirar o sangue dele para fazer exames”, reclama a mãe.
Para evitar possíveis gatilhos, a reportagem preferiu não publicar as fotos que Odara enviou do filho por entender que são extremamente sensíveis.
Hospital se posiciona em nota
Após contato do portal Folha do Leste, a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Duque de Caxias, responsável pelo Hospital Adão Pereira Nunes, informou que o menino nasceu com cinco tipos de má formação: onfalocele, hérnia inguinal, defeito nasal, hipertelorismo e retrognatia.
Na mesma nota, a assessoria confirma que Riquelme teve alta da UTI em 26 de fevereiro e explica que o bebê “apresentou condições clínicas de continuidade da atenção com equipe interdisciplinar na enfermaria pediátrica”. Além disso, a nota acrescenta as seguintes informações.
Neste período o bebê estava ativo e reativo, confortável com oxigenioterapia em baixo fluxo, sem aminas ou outro suporte hemodinâmico; tolerando dieta através de gastrostomia, diurese satisfatória e se4m sinais de toxemia. A direção reforça que, na ocasião, a responsável foi informada que não se tratava de uma alta hospitalar para o domicílio, mas sim de transferência entre setores complementares. O paciente permaneceu na enfermaria durante 10 dias, em regulares condições, até que apresentou uma piora clínica, inerente às doenças de base e suas possíveis complicações.
O paciente retornou para internação 07/03/2025 no CTI Pediátrico, uma vez que então passou novamente a demandar cuidados intensivos. Segue sem previsão de nova alta, até o momento.A direção do HMAPN ressalta que durante todo o período de internação do bebê, as equipes médica e multidisciplinar não têm poupado esforços para que o paciente receba todo o tratamento disponível no HMAPN. Informa também que a família do paciente vem recebendo acompanhamento da equipe e informações, através da chefia da unidade”, informou.