A divulgação da seleção do Campeonato Brasileiro 2024, além de ter sido feita de maneira bem chinfrim, mostrou como é fácil falar dos outros, criticar e, quando chega a sua hora, fazer exatamente o mesmo.
Há pouco mais de um mês, quase todos os jornalistas brasileiros, atuando ou não na área esportiva, criticavam a escolha da Bola de Ouro, que não premiou Vini Jr, atacante do Real Madrid. Falou-se de tudo um pouco, incluindo o fato de o atacante do time merengue não fora premiado “porque tem atuação destacada na luta contra o racismo”. Menos, não é mesmo?
+ LEIA TAMBÉM: ►Para Júnior Santos, a fé foi decisiva nos rumos da carreira
Depois, investiga dali, pesquisa dali, ficou-se sabendo que um jornalista sei lá de onde não votara em Vini Jr por ser fanático torcedor do Barcelona. Outro, tão desconhecido quanto, desculpou-se dizendo que esquecera o nome do brasileiro. E assim o assunto acabou esfriando, esfriando…
Aí, neste domingo, 8 de dezembro, logo após o encerramento da última rodada do Brasileiro, ficamos sabendo a seleção do Brasileiro, escolhida por jornalistas esportivos que atuam nos veículos de imprensa nacionais: John; Wesley, Barboza, Bastos e Bernabei; Gerson, Marlon Freitas, Rodrigo Garro e Alan Patrick; Luiz Henrique e Estevão, com Artur Jorge como treinador.
+ MAIS NOTÍCIAS DE VICENTE DATTOLI? CLIQUE AQUI
Até aí, discutindo-se um ou outro nome… Revelação: o menino palmeirense Estevão (que já está partindo). Na hora do craque… Caíram na tentação da France Football. Durante todo o Brasileiro nos fizeram acreditar que o cara seria também Estevão e na hora agá… O título ficou com Luiz Henrique, camisa 7 do Botafogo, campeão nacional.
“Mas o cara arrebentou”, dirão os mais práticos. Verdade. Luiz Henrique fez um grande Brasileiro. Como se deu, porém, essa arrancada espetacular que tirou de Estevão o título? Certamente os votantes foram influenciados, na última semana, pela conquista da Libertadores (onde Luiz Henrique teve muita importância) e pela queda de rendimento do Palmeiras na reta final do torneio nacional.
+ LEIA TAMBÉM: ►Cedae vai instalar macromedidores em represas do Sistema Acari na Baixada
Luiz Henrique merecia? Sim. Estevão merecia? Sim. Só que, repito, passaram o Brasileiro inteiro falando do menino palmeirense e, na hora da definição… Talvez agora os especialistas made in Brazil entendam que votações são subjetivas, individuais, sujeitas a variáveis inexplicáveis.
E olhem que, para não criar polêmica, não vou falar das 11 posições, limitando-me ao craque – por essas e outras, a Conmebol, mais malandra, não escolhe mais o craque do jogo ou da Libertadores, mas sim “o herói”. Fica mais fácil explicar…