
Foto: Geraldo Magela – Agência Senado
Segundo um levantamento do Instituto DataSenado, 90% dos brasileiros temem que seus filhos ou pessoas próximas sofram algum tipo de violência no ambiente escolar. Além disso, 76% expressam preocupação com casos de violência nas ruas das cidades brasileiras. Os dados foram apresentados durante uma audiência pública da Comissão de Educação (CE), realizada nesta terça-feira (4).
A pesquisa, que contou com a participação de 2.068 pessoas de todas as regiões, classes sociais e faixas etárias, foi conduzida por telefone, seguindo a metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As consultas foram realizadas nos dias 9 e 10 de maio, a pedido do senador Flávio Arns (PSB-PR), presidente da CE.
Diante desses números alarmantes, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) classificou os dados como “assustadores” e solicitou que a pesquisa completa fosse enviada a cada integrante da CE, bem como ao grupo de trabalho do Ministério da Educação responsável pelo Plano Nacional de Educação (PNE) 2024-2034.
A pesquisa também revelou que 32% dos brasileiros receberam vídeos ou mensagens com ameaças de violência nas escolas nos últimos meses. Em 2019, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) já havia apontado o Brasil como o país mais violento contra os professores.
Um dado contraditório surge entre os entrevistados, dos quais 11% afirmaram terem sofrido violência escolar ou conhecem alguém que tenha nos últimos 12 meses. Com base nessa estatística, estima-se que cerca de 6,7 milhões de brasileiros tenham sido diretamente afetados pela violência nas escolas.
Diante dessas preocupações, a grande maioria dos entrevistados (92%) defende a presença de profissionais de segurança nas escolas. Em relação a isso, 35% acreditam que os policiais devem atuar dentro das instituições de ensino, 31% sugerem sua atuação nas portas das escolas e 27% acham necessário a presença de “patrulhas constantes” nos bairros escolares. Além disso, 91% consideram “muito importante” discutir saúde mental e contar com profissionais de assistência social nas escolas, e 89% ressaltam a importância da reforma dos prédios escolares.
A pesquisa também subsidiará o Projeto de Lei 2.628/2022, que trata da proteção de crianças e adolescentes nos ambientes digitais. De acordo com 68% dos participantes, apenas a partir dos 12 anos deveria ser permitida a criação de contas em redes sociais pelos jovens. Já 25% acreditam que essa idade deveria subir para 18 anos.
Diante desses dados, é evidente a preocupação da população com a segurança e o bem-estar nas escolas e nas ruas brasileiras. Essa pesquisa serve como um alerta para que as autoridades e instituições de ensino adotem medidas efetivas para combater a violência e garantir um ambiente seguro para os alunos.