Créditos: Rafael Campos – Gov Rio de Janeiro
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva trouxe à tona números preocupantes sobre o sentimento de insegurança das mulheres durante o carnaval. Segundo o levantamento, 73% das brasileiras relatam ter medo de serem vítimas de assédio durante essa época festiva, sendo que metade delas já enfrentou essa situação de violência sexual durante os festejos.
Para as mulheres negras, os números são ainda mais alarmantes, com 75% delas expressando receio de serem assediadas, e 52% reportando terem sido vítimas de assédio no carnaval.
A pesquisa, realizada em janeiro deste ano, ouviu 1.507 pessoas com 18 anos ou mais. A percepção geral é de que o carnaval atual é tão perigoso em relação ao assédio sexual quanto em anos anteriores, segundo 60% dos entrevistados. Essa sensação é ainda mais forte entre as mulheres negras, com 65% delas compartilhando dessa opinião, enquanto entre as mulheres brancas esse percentual é de 55%.
Diante desses números, 97% das pessoas concordam que campanhas de combate a esse tipo de crime são essenciais para enfrentar essa violência. No carnaval deste ano, o governo baiano lançou a campanha “Folia não combina com Misoginia”, oferecendo postos de atendimento especializados para mulheres em busca de apoio em casos de violência ou assédio.
São Paulo e Rio de Janeiro também se mobilizaram contra o assédio no carnaval. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) paulista anunciou a atuação de 6 mil policiais civis na festa, com foco no acolhimento às vítimas de violência doméstica e crimes sexuais. Já no Rio de Janeiro, a campanha “Ouviu um NÃO? Respeite a decisão” disponibilizou o aplicativo gratuito ‘Rede Mulher’ para garantir um carnaval seguro para mulheres e meninas.
Apesar das campanhas anuais, a pesquisa revela que 15% dos brasileiros ainda acreditam que uma mulher com roupas curtas no carnaval está disponível para encontros sexuais. No entanto, para 75% das mulheres esse pensamento não é correto, e entre os homens, 68% discordam que a roupa possa ser um sinal para avanços indesejados.
Sobre os comportamentos durante as festividades, a pesquisa indica que 81% das pessoas consideram problemático um homem beijar uma mulher embriagada ou com roupas curtas sem o consentimento dela. Entre as mulheres, essa porcentagem chega a 86%, e o mesmo número entende que todos devem coibir os constantes assédios sexuais praticados durante o carnaval.
