‘Chiqueiro’ em festa

‘Chiqueiro’ em festa | Alexandre Schneider Getty Images
Colunista - Vicente Dattoli
Final da Libertadores de 2000. No Morumbi, após empate na Bombonera, Palmeiras e Boca Juniors voltam a empatar e a decisão vai para os pênaltis, com vitória dos argentinos. No dia seguinte, 22 de junho, jornais paulistas estampavam em suas manchetes: “Dia de porcos tristes”, infame trocadilho para a data (dia de Corpus Christi). Na época, os palmeirenses ainda se ofendiam ao serem chamados de porcos, o que mudou, muito, nos últimos anos.
Já na madrugada desta sexta-feira, 31 de outubro de 2025, ainda com os “porquinhos” em êxtase pela heroica vitória de 4 a 0 sobre a LDU, que garantiu a vaga do Palmeiras para a final da Libertadores deste ano, em sua coletiva o português Abel Ferreira comentou que gostava de ver “o chiqueiro feliz”. O que antes era xingamento virou identificação. E o torcedor alviverde, o palmeirense, o “carcamano” (pelas origens italianas do clube), hoje orgulhosamente aceita ser “o porco” que comanda o futebol paulista.
E havia, realmente, muitas razões para orgulho e bater no peito. Depois da desastrosa atuação no Equador, quando o Palmeiras literalmente não viu a cor da bola e deixou o campo com uma derrota de 3 a 0, nesta quinta-feira o time comandado pelo português Abel Ferreira virou, totalmente, o jogo. E em uma data muito especial, afinal de contas, por coincidência, o por vezes desbocado treinador completava cinco anos à frente do Palmeiras. Uma longevidade incomum no futebol brasileiro.
Análises e comparações
Houve quem, nas análises pós-jogo, fizesse a comparação entre Abel e Alex Fergusson, que por quase duas décadas comandou o Manchester United e o transformou no maior time da Inglaterra. Exagero? Não, apesar de que Abel jamais receberá da rainha o título de sir. No máximo mais um polpudo aumento da presidente Leila Pereira. E o carinho, por vezes substituído por xingamentos, da torcida palmeirense.
Se há pouco mais de duas décadas os torcedores do Palmeiras eram ironizados com manchetes sobre os “porcos tristes”, hoje, depois de entrar para a história após a primeira virada de um placar de três gols contra na história da semifinal da Libertadores, os “porquinhos” desfilam alegres e felizes e garantem que não há lugar mais feliz do que seu “chiqueiro” (que estava lotado) no futebol mundial. E esperam o Flamengo para a grande decisão, dia 29 de novembro, até agora marcada para Lima.
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