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Quem foi Nicolau? A história real de Papai Noel

Nicolau foi uma pessoa real. Bondoso, inclusivo e com empatia fazia da caridade, em nome de Jesus, uma realidade.

Ajudava financeiramente ao próximo, por amor à humanidade. Fazia o bem, incluindo na sociedade da época, quem estava na pobreza e distribuiu dotes sem julgar a quem.

Nasceu por volta de 270 d.c. em uma família rica, na cidade de Pátara, na região da Lícia (Império Romano), na Ásia Menor.

A Lícia é uma região geográfica antiga no sudoeste da Anatólia (Turquia moderna), banhada pelo Mar Mediterrâneo. A cidade portuária de Pátara, foi sua capital por uma certo período. É um local estratégico e de grande valor histórico e ecológico, sendo um sítio arqueológico e tendo atualmente uma reserva natural em sua praia.

A praia de Pátara é um dos locais mais importantes do Mediterrâneo para a desova das tartarugas marinhas da espécie Caretta caretta (tartaruga-cabeçuda). A praia é uma área protegida, onde medidas de conservação são implementadas para garantir a sobrevivência dos ninhos e filhotes.

Pátara também era famosa por ser um grande centro comercial, dentre outras questões religiosas. Seu porto é mencionado na Bíblia.

Referência Bíblica à Pátara

A cidade Natal de Nicolau era tão estratégica que há uma passagem bíblica que a cita, quando da viagem do apóstolo Paulo e seus companheiros a caminho de Jerusalém, no final de sua terceira viagem missionária:

“Depois de nos separarmos deles, navegamos diretamente para Cós e, no dia seguinte, para Rodes; dali, para Pátara.” (Atos 21:1, NAA)

A Vida de Caridade de Nicolau

Imagina o fervor de ser um Bispo cristão, com atitude e benevolência para com todos, em um centro romano tão estratégico?

Nicolau, após o falecimento dos seus pais, herdou uma fortuna considerável, com a qual, ajudava aos pobres, necessitados e crianças, realizando atos de caridade secretamente.

Viveu durante um período de intensa perseguição religiosa aos cristãos sendo perseguido, preso e torturado, pelo Império Romano.

De preso político e religioso a representante exemplar

A perseguição à Nicolau ocorreu sob o governo do imperador romano Diocleciano, no final do século III e início do século IV, numa época em que o cristianismo ainda era proibido.

Nicolau era um defensor fervoroso da fé cristã. Ele foi preso por se recusar a renunciar Jesus, o que era considerado heresia e/ou desobediência às autoridades romanas da época em que viveu.

Uma estátua de São Nicolau, em Bari, na Puglia, Itália

Durante sua prisão, foi submetido a torturas desumanas, inclusive chibatadas, mas, segundo os relatos históricos e a hagiografia (estudo dos santos como exemplo de virtudes), ele nunca renegou suas crenças.

Libertação e fé caridosa na prática

Nicolau foi libertado devido ao Édito de Milão, promulgado pelo imperador Constantino, o Grande, em 313 d.c., que concedeu liberdade religiosa e encerrou a perseguição oficial aos cristãos no Império Romano.

Durante a perseguição sob o imperador Diocleciano, que antecedeu o governo de Constantino, Nicolau, que era Bispo de Myra, cidade próxima a Pátara, foi preso, exilado e torturado. Ele permaneceu na prisão por vários anos, sofrendo em condições precárias, até que a mudança política e a nova legislação de Constantino resultaram na libertação dos cristãos encarcerados, incluindo ele.

Morreu por volta de 343 d.C. e fez o bem durante toda a vida.

Do homem bom à lenda

Nicolau, antes de ser um bispo cristão, foi um homem corajoso e generoso, ajudando ao próximo deixando moedas de ouro secretamente a quem necessitava de apoio imediato. Aos poucos, durante a sua vida, sua fama pelo exemplo do bem foi aumentando, especialmente pelas suas doações “secretas”.

A mais famosa, foi a que salvou três moças de uma vida de desonra. Arremessou sacos de ouro, durante uma noite fria, por uma janela aberta, para o interior da casa onde residiam com o pai (um comerciante falido que as iria prostituir por não ter o dote das moças para casa-las).

A suas ações inspiraram contos e sua vida virou lenda. Sua figura evoluiu para o “bom velhinho natalino,” com o nome “Santa Claus” sendo uma adaptação do holandês “Sinterklaas”.

A figura do Papai Noel é uma homenagem à honrar a memória de um homem que usou sua herança para ajudar os necessitados, sendo um protetor das mulheres desamparadas e em situação de violência familiar e vulnerabilidade, órfãos e dos pobres.

São Nicolau abençoando criança na igreja do Santo Cristo, Ciudadela de Menorca (Espanha).

A Transformação de Santa Claus em Papai Noel

A tradição de presentear no dia de São Nicolau (6 de dezembro) se fundiu com o Natal, associando-o à caridade e à entrega de presentes numa noite especial universal.

A imagem atual (barba branca, roupa vermelha, trenó) foi consolidada no século XIX através de poemas e ilustrações de artistas norte americanos, como as de Thomas Nast, que o retrataram como um velhinho alegre perto do Polo Norte.

Assim, o Papai Noel é uma fusão de um bispo histórico exemplar com mitos e tradições natalinas que se desenvolveram ao longo dos séculos, resultando no ícone global que conhecemos hoje.

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