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Governo federal fará reunião de emergência com Cláudio Castro nesta quarta-feira após 64 mortos na Operação Contenção

Fumaça preta cobre o céu do Rio de Janeiro, sobre a comunidade do Alemão e Penha, em meio à Operação Contenção. Moradores relatam barricadas em chamas e o impacto da ação policial em seu cotidiano | Reprodução

Fumaça preta cobre o céu do Rio de Janeiro, sobre a comunidade do Alemão e Penha, em meio à Operação Contenção | Reprodução

Por André Freitas, editor-executivo e repórter do Folha do Leste (Niterói, 29/10/2025, às 7h25 | atualização às 13h45) — O Governo Federal entrou em alerta máximo após a Operação Contenção deixar 119 mortos nos complexos do Alemão e da Penha. Por conta disso, os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) convocaram uma reunião de emergência com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro. O encontro acontece nesta quarta-feira (30), mas não teve local nem horário informados.

A tragédia, considerada a mais letal da história fluminense, acendeu o sinal vermelho em Brasília. Enquanto o banho de sangue acontecia no Rio, o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, reuniu-se com ministros do governo federal.

O encontro aconteceu na Casa Civil e contou com a presença de Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), assim como de Jorge Messias (AGU), Macaé Evaristo (Direitos Humanos), Sidônio Palmeira (Comunicação) e Manoel Carlos (Secretaria-Executiva do MJSP).

Na pauta central do debate, estava a deflagração de operação desse porte sem qualquer coordenação federal.

“Durante a reunião, as forças policiais e militares federais reiteraram que não houve consulta ou pedido de apoio por parte do governo estadual do Rio de Janeiro”, informou o Planalto em nota oficial.

Relação institucional tensa entre governos estadual e federal

No centro da crise, Cláudio Castro pediu a transferência de dez detentos para presídios federais. Conforme apontam as investigações, eles orquestraram de dentro da cadeia os ataques que espalharam o caos pela capital. Principalmente, sequestros de ônibus e bloqueios em vias expressas.

Para o governador fluminense, a reação dos criminosos mostra que a política de segurança pública de sua gestão está no caminho certo.

“O Estado não vai recuar até prender as principais lideranças e devolver a tranquilidade à população. Nosso compromisso é com a segurança da população e com o enfrentamento das lideranças criminosas”, afirmou Castro.

Por outro lado, a escalada de violência surpreendeu, sobretudo, o Ministério da Justiça. Ricardo Lewandowski afirmou não ter recebido nenhum pedido formal de apoio para a Operação Contenção.

Tal fato acentua a tensão institucional entre os níveis de governo, pois o Lewandowski destacou que a falta de comunicação fragiliza o combate ao crime organizado. Além disso, no entendimento de ministro da Justiça, a situação expõe a população fluminense a riscos, segundo ele, desnecessários.

Em resumo, o governo federal promete investigar as circunstâncias que levaram à operação mais sangrenta da década no Rio de Janeiro. Por fim, diz ainda que monitora seus desdobramentos.

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