Diferença entre diálise e hemodiálise ainda gera dúvidas entre pacientes

Diferença entre diálise e hemodiálise ainda gera dúvidas entre pacientes | Reprodução/Freepik
A insuficiência renal é uma condição que afeta milhares de brasileiros e, em muitos casos, o tratamento exige procedimentos capazes de substituir parcialmente a função dos rins. Entre os termos mais conhecidos estão diálise e hemodiálise, mas a semelhança entre as palavras ainda causa confusão entre pacientes e familiares. Entender como cada técnica funciona é essencial para que o paciente participe de forma mais ativa do tratamento e saiba quais cuidados deve adotar no dia a dia.
A seguir buscamos esclarecer as diferenças entre esses procedimentos, explicar em quais situações eles são recomendados e responder às principais dúvidas que surgem durante a rotina de quem precisa conviver com a doença renal crônica.
O que é a diálise e quando ela é indicada
A diálise é um tratamento que substitui, de maneira parcial, a função dos rins quando eles não conseguem mais desempenhar seu papel de forma adequada. Entre as funções renais estão filtrar o sangue, remover toxinas, equilibrar líquidos e manter a pressão arterial estável. Quando esses processos ficam comprometidos, as toxinas se acumulam no organismo, trazendo riscos sérios à saúde.
Esse procedimento pode ser temporário, como em casos de insuficiência renal aguda, ou definitivo, quando se trata de insuficiência renal crônica. É uma alternativa importante para manter a vida e a qualidade de pacientes até que seja possível realizar um transplante de rim, ou mesmo de forma permanente, para aqueles que não podem ser submetidos à cirurgia.
Tipos de diálise disponíveis
Existem dois principais tipos de diálise, cada um com características próprias e indicado conforme o quadro clínico do paciente.
Hemodiálise
A hemodiálise é a forma mais comum de diálise realizada no Brasil. Nesse método, o sangue do paciente é retirado do corpo, passa por uma máquina chamada dialisador, onde ocorre a filtragem das impurezas, e depois retorna limpo ao organismo.
O procedimento geralmente é feito em clínicas ou hospitais especializados, três vezes por semana, com duração média de quatro horas por sessão. Embora seja considerado um tratamento eficaz, exige disciplina e pode impactar a rotina do paciente, que precisa se organizar em torno das sessões.
Diálise peritoneal
Já a diálise peritoneal ocorre dentro do próprio corpo. Um cateter é implantado no abdômen e o líquido de diálise é inserido na cavidade peritoneal, onde ocorre a troca de substâncias entre o sangue e a solução. Esse processo pode ser feito de forma manual, várias vezes ao dia, ou automatizada, com auxílio de uma máquina durante a noite.
A diálise peritoneal oferece mais autonomia, pois pode ser realizada em casa, mas requer cuidados rigorosos com higiene para evitar infecções, especialmente a peritonite.
Diferença entre diálise e hemodiálise: por que ainda há confusão
Muitas pessoas usam os termos como se fossem sinônimos, mas há uma diferença importante: a palavra diálise se refere ao conjunto de técnicas que substituem a função renal, enquanto a hemodiálise é apenas uma dessas técnicas. Ou seja, toda hemodiálise é uma forma de diálise, mas nem toda diálise é hemodiálise.
Essa distinção é fundamental para compreender as opções de tratamento disponíveis e para que o paciente saiba que existe mais de um caminho terapêutico, de acordo com a indicação médica e seu estilo de vida.
Vantagens e limitações de cada método
A escolha entre hemodiálise e diálise peritoneal deve ser feita em conjunto entre paciente, família e equipe médica. Ambos os métodos apresentam benefícios e pontos de atenção.
- Hemodiálise: garante acompanhamento próximo de profissionais da saúde, mas exige deslocamento frequente até a clínica, o que pode gerar cansaço e impacto social.
- Diálise peritoneal: proporciona mais liberdade de horários e pode ser feita em casa, mas requer disciplina e responsabilidade no manuseio do cateter e das soluções de diálise.
Em todos os casos, a adesão ao tratamento é decisiva para prolongar a vida e melhorar a qualidade do paciente.
Cuidados necessários durante o tratamento
Independente do tipo de diálise escolhido, alguns cuidados gerais são fundamentais para manter a saúde estável e evitar complicações:
- Seguir uma dieta específica, orientada por nutricionista, para controlar a ingestão de líquidos, sódio, potássio e fósforo.
- Manter o uso correto das medicações prescritas, incluindo aquelas que ajudam no controle da pressão arterial e da anemia.
- Realizar exames de acompanhamento regularmente, como hemogramas e análises bioquímicas.
- Estar atento a sinais de complicação, como febre, calafrios, inchaço, dificuldade para respirar ou alterações na pressão.
Essas medidas complementam a diálise e ajudam a reduzir riscos.
O impacto emocional e social da diálise
Além dos aspectos clínicos, é importante destacar que a diálise também afeta a vida social e emocional dos pacientes. O tempo dedicado às sessões, as restrições alimentares e as limitações físicas podem gerar ansiedade, tristeza e até isolamento social.
Por isso, muitos centros de tratamento oferecem acompanhamento psicológico e grupos de apoio, que ajudam pacientes e familiares a lidar melhor com a rotina e a manter a motivação. O suporte emocional é tão essencial quanto o cuidado médico.
Perspectivas futuras no tratamento da insuficiência renal
A ciência tem avançado para tornar os tratamentos mais confortáveis e eficientes. Entre as pesquisas em andamento estão máquinas de diálise mais compactas, que permitiriam maior mobilidade ao paciente, e terapias regenerativas que buscam recuperar parte da função renal.
Enquanto o transplante continua sendo a forma mais eficaz de substituir definitivamente a função dos rins, a diálise segue como uma alternativa vital para milhões de pessoas em todo o mundo.
A diferença entre diálise e hemodiálise está no fato de que a primeira é um termo amplo, que engloba todas as técnicas de substituição da função renal, enquanto a segunda é um dos métodos mais utilizados. A compreensão dessa distinção ajuda pacientes e familiares a entender melhor as opções disponíveis e a importância do tratamento.
Com o avanço da medicina, os cuidados complementares e o apoio emocional, é possível conviver com a insuficiência renal crônica de maneira mais saudável e com qualidade de vida. O conhecimento é um aliado poderoso para enfrentar os desafios impostos pela doença.