COP30 apresenta propostas para acelerar ação climática global

COP30 apresenta propostas para acelerar ação climática global | Bruno Peres/Agência Brasil
A COP30 pressiona governos a abandonar combustíveis fósseis de forma rápida enquanto debate propostas abrangentes de ação climática global. O rascunho final indica que o Acordo de Paris continua vivo, embora dependa de metas claras, calendários rígidos e mecanismos capazes de tirar promessas do papel. Além disso, a conferência usa ciência, justiça climática e participação popular para romper ciclos de desigualdade que ainda freiam a transição verde.
Embora a discussão pareça técnica, o documento deixa pouco espaço para dúvidas. Ele afirma que países devem caminhar para emissões líquidas zero até meados do século. Para isso, precisam reduzir a produção e o uso de combustíveis fósseis, eliminar progressivamente o carvão e diminuir o peso do petróleo e do gás na economia global. Ao mesmo tempo, os negociadores defendem que regiões dependentes desses setores recebam apoio para uma transição justa.
Enquanto isso, o rascunho reforça que o limite de 1,5°C exige um pacto global baseado em equidade. Países historicamente responsáveis pela maior parte das emissões devem ampliar metas e garantir recursos suficientes. Sem financiamento previsível, a transição não ocorre, e comunidades continuam expostas a extremos climáticos que prejudicam vidas e economias.
Além disso, o texto cobra mais velocidade para ampliar fundos climáticos. O Fundo de Perdas e Danos precisa funcionar sem burocracias que atrasam o acesso de quem enfrenta enchentes, secas e desastres. O material alerta que o sistema atual não responde à urgência da crise, e a COP30 deve corrigir esse atraso com processos simples e transparência total.
A adaptação também assume protagonismo. O rascunho sugere métricas globais que permitam acompanhar investimentos em infraestrutura resiliente, segurança hídrica, saúde, produção de alimentos e proteção costeira. As políticas devem priorizar populações vulneráveis e incorporar saberes tradicionais, especialmente em regiões que sentem os impactos antes de todos.
Os povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais ocupam lugar central no documento. A conferência reforça que suas contribuições mantêm florestas de pé e ajudam a preservar a biodiversidade. Por isso, as decisões não podem ignorar direitos territoriais nem excluir lideranças desses grupos. A consulta livre, prévia e informada aparece como princípio inegociável da justiça climática.
A energia renovável surge como caminho imediato. O rascunho propõe ampliar investimentos em fontes limpas, redes elétricas modernas e sistemas descentralizados, principalmente na Amazônia. Ele também defende apoio aos trabalhadores que dependem da cadeia fóssil, para evitar que a transição aprofunde desigualdades sociais.
Além disso, a conferência trata o comércio internacional como peça decisiva. O texto sugere que fluxos comerciais deixem de incentivar desmatamento, exploração predatória ou violações ambientais. Regras atualizadas podem fortalecer o acesso a tecnologias limpas e aumentar o valor agregado em países em desenvolvimento.
Enquanto integra várias agendas, o documento aborda sistemas alimentares, agricultura sustentável, restauração ecológica e soluções baseadas na natureza. Os redatores afirmam que o multilateralismo precisa entregar resultados concretos, já que o planeta enfrenta consequências visíveis da crise. Eles defendem que adiar ações estruturantes não é mais uma opção realista.
Belém, sede da conferência, simboliza essa virada histórica. A Amazônia mostra que a solução climática depende de justiça, participação popular e compromisso com a natureza. O rascunho aponta que a COP30 pode redefinir o regime climático global e garantir um futuro digno para todas as gerações.
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