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Crianças de Niterói aprendem a enfrentar bullying em projeto social

Crianças de Niterói aprendem a enfrentar bullying em projeto social | Divulgação/João Pedro Torres/Prefeitura de Niterói

O bullying segue sendo uma das maiores preocupações no ambiente escolar brasileiro, com impacto direto na saúde mental de crianças e adolescentes.

Segundo dados da Unesco, cerca de 30% dos estudantes no país já relataram ter sofrido algum tipo de agressão ou exclusão nas escolas. Em Niterói, a questão também preocupa famílias e profissionais da educação, que defendem maior conscientização e políticas de prevenção.

A ação concreta

Para enfrentar essa realidade, cerca de 55 crianças atendidas pelo projeto Clin Social, da Companhia de Limpeza de Niterói, participaram nesta segunda-feira (22) de uma atividade especial no Clube AABB, em São Francisco. O encontro promoveu esportes, teatro e rodas de conversa sobre bullying, abordando suas consequências emocionais e sociais.

A origem da ação

A iniciativa integra uma série de encontros promovidos pelo Clin Social — programa criado em 2010 pela Companhia de Limpeza — que oferece atividades esportivas, culturais e educativas para crianças em situação de vulnerabilidade.

O objetivo é manter os alunos entre 9 e 12 anos no sistema regular de ensino, ao mesmo tempo em que estimula o desenvolvimento social e comunitário.

Crianças de Niterói aprendem a enfrentar bullying em projeto social | Divulgação/João Pedro Torres/Prefeitura de Niterói

Durante a atividade, uma peça teatral encenou a história de um estudante vítima de bullying, levando os jovens a refletirem sobre empatia e respeito. Em seguida, os alunos escreveram frases em um “Mural da Esperança”, com mensagens como “ser legal com os amigos” e “não julgar as pessoas”.

Vozes do evento

A psicóloga Patrícia Lima Barbosa, que conduziu a roda de conversa, alertou para os riscos do silêncio:

“Muitas vezes o bullying gera traumas que a família não percebe. Sem diálogo, a criança pode sofrer calada e desenvolver problemas sérios, como automutilação. Falar sobre isso é quebrar um tabu e abrir espaço para buscar ajuda profissional.”

Os próprios alunos também relataram experiências. Manuela Guimarães, de 10 anos, contou que sofre piadas na escola e que o encontro a ajudou a lidar melhor com a situação. Já Arthur Fernandes, de 11, disse que aprendeu a não reproduzir atitudes violentas:

“O que eu não gosto que façam comigo, eu também não posso fazer com o outro”, afirmou.

Mais que esporte

Embora o projeto seja ligado à Companhia de Limpeza, sua atuação vai além das práticas recreativas. Para os organizadores, iniciativas como essa mostram como ações comunitárias podem contribuir para enfrentar problemas sociais complexos — como a violência escolar — quando o poder público atua em parceria com educadores, psicólogos e famílias.

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