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Pantanal e Amazônia têm maior aumento de temperatura em 40 anos, diz MapBiomas

Pantanal e Amazônia têm maior aumento de temperatura em 40 anos, diz MapBiomas | Marcelo Camargo/Agência Brasil

O aumento de temperatura na Amazônia e no Pantanal foi o mais intenso do Brasil nos últimos 40 anos. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (5) pelo MapBiomas, os biomas registraram elevação média de 1,2°C e 1,9°C, respectivamente.

As informações estão na nova plataforma MapBiomas Atmosfera, que usa imagens de satélite e modelagem de dados para monitorar temperatura, chuvas e poluentes. O levantamento cobre o período de 1985 a 2024 e aponta que o país teve aumento médio de 1,2°C, com variação de 0,29°C por década.

Pantanal e Amazônia em alerta

O Pantanal lidera o aquecimento com 0,47°C por década. Na sequência vêm Cerrado (0,31°C/década) e Amazônia (0,29°C/década). Biomas costeiros aqueceram menos: Caatinga (0,25°C/década), Mata Atlântica (0,21°C/década) e Pampa (0,14°C/década).

“Os dados mostram um crescimento sistemático da temperatura desde 1985. O ano passado foi recorde, mas não isolado”, afirmou Luciana Rizzo, pesquisadora da USP e integrante do MapBiomas Atmosfera.

Em 2024, os dois biomas atingiram suas maiores médias históricas: 25,6°C na Amazônia e 26,2°C no Pantanal, com altas de até 1,8°C em relação à média de 40 anos. O aumento contribuiu para secas e queimadas recordes no período.

Efeito do desmatamento

O coordenador do MapBiomas, Tasso Azevedo, destacou que a Amazônia perdeu 52 milhões de hectares de floresta desde 1985, o equivalente a 13% da vegetação nativa.

“A perda de cobertura florestal altera o equilíbrio de calor e umidade, elevando a temperatura regional”, explicou.

Estudo citado pelo MapBiomas mostra que o desmatamento responde por 74% da redução das chuvas e 16% do aumento de temperatura na Amazônia. A fumaça dos incêndios agravou a poluição do ar em 2024, superando índices do Sudeste.

Impactos e perspectivas

Em 2024, a Amazônia teve 20% menos chuva, com déficit de até 1.000 mm em algumas áreas, o que ampliou as queimadas e afetou o Pantanal, que teve 205 dias sem precipitação.

“O MapBiomas Atmosfera é uma ferramenta essencial para embasar políticas públicas e identificar as regiões mais vulneráveis às mudanças climáticas”, afirmou o físico Paulo Artaxo, também da USP.

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